Embora possa parecer surpreendente, o negócio da Amazônia não consiste em esgotá-la, mas em fazê-la crescer por belos corredores de selva. Fronteiras e limites agrícolas de finos corredores de selva até chegar à Mata Atlântica. Precisamente algo semelhante vem acontecendo há uma década na região de São Paulo, criando pequenos corredores para conectar a Mata Atlântica, em cujos espaços intermediários os sem-terra podem se instalar e criar pequenas propriedades agrícolas, Corredores da vida
Por sua vez, a experiência da Rede de Reservas Naturais da Costa Rica é incrível https://www.reservasnaturales.org/
Ao contrário do que acontece no Estado de São Paulo, onde uma floresta fragmentada precisa ser interligada, aqui os Parques Naturais são os protagonistas. Para aumentar a extensão dos Parques sem comprar terras caras, a Administração da Costa Rica dá incentivos fiscais, serviços administrativos e turísticos aos proprietários de terras vizinhas, para que plantem a flora da selva compatível com suas atividades econômicas e aumentem os corredores de fauna. O resultado são atividades econômicas compatíveis com a floresta, enquanto ela aumenta. Fazem isso há décadas e o ecoturismo se tornou um poderoso motor da economia costarriquenha, algo que ainda não acontecia no Estado de São Paulo. No entanto, as experiências brasileira e costarriquenha são atividades complementares. Em suma, limites agrícolas e limites de finos corredores de selva amazônica, até chegar à Mata Atlântica. Por que este projeto paisagístico e não outro? Esta proposta nasce observando o modelo ibérico de gestão da floresta, o montinho. O montinho ibérico (Portugal e Espanha) é uma floresta derrubada que se for abandonada, a floresta se recupera novamente. Se for criada uma grande rede de corredores amazônicos nas fronteiras de lavouras e fazendas de pecuária, o território se desbota, gerando novas fontes de renda para agricultores e pecuaristas, com terras com microclima mais úmido e com renda extra do ecoturismo. Uma paisagem diferente e marcante que as pessoas gostariam de ver, pois a selva raramente é a fronteira das plantações. E, onde plantações ou gado são abandonados, a floresta fecha. A experiência paulistana da interconexão da selva, a experiência costarriquenha de ampliação das áreas protegidas e o desenho ecológico do mato são um trio vencedor para a Amazônia.
Javier Domínguez Angulo, paisagista, designer do Olivar de miel (www.olivaresdemiel.es)
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