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Orquidário João Barbosa Rodrigues: Um mestre da Botânica

Autor: Pedro Ivo Soares Braga - Data: 31/08/2010
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João Barbosa Rodrigues foi engenheiro, naturalista e um dois maiores botânicos brasileiros. Nasceu São Gonçalo do Sapucai MG em 22 de junho de 1842 e faleceu 6 de março de 1909.



Criado em Campanha, no Estado de Minas Gerais. Retornou ao Rio de Janeiro com sua família em 1858.
Primeiramente dedicou-se ao comércio, mas sempre mostrou-se interessado em ciências naturais, colecionando insetos e plantas. Tornou-se professor de desenho e especializou-se em botânica, sob a orientação de Francisco Freire Allemão.

Esteve na Amazônia em uma missão científica do governo imperial (1872-1875); anos mais tarde organizou e dirigiu em Manaus o Jardim Botânico, inaugurado em 1883, sob o patrocínio da Princesa Isabel e extinto após a Proclamação da República.

Em 1890 tornou-se diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o qual dirigiu até sua morte.

Publicou uma obra de vasta extensão. O "Sertum Palmarum Brasiliensium" (1903) em dois Tomos. É uma obra maravilhosa sobre as Palmeiras Brasileiras, ilustrada com preciosas e detalhadas aquarelas.
Uma de suas mais importantes contibuições foi seu trabalho sobre orquídeas, em três volumes, "Genera et species orchidearum novarum" (1877/1881).
Entre as inúmeros trabalhos publicou "Estrutura das Orquídeas - Notas de Um Estudo. Facsim. de:Rio de Janeiro: Typographie Nationale, 1883. Descreveu ao longo de sua carreira botânica 359 0rquídeas.

O gênero Barbosella Schltr. foi nominado em homenagem ao ilustre botânico.



Barbosella Cuculata



Barbosella Australis



Barbosella Crassifolia



Barbosella Dolircholiza

Certa vez, o primeiro autor dessa mídia coletou nas encostas da Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, uma orquídea que a identificou como Cleites machrantha (Barb. Rodr.) Schltr. Para confirmar a identificação da espécie recorreu aos dois tomos que estão depositados na biblioteca do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O terceiro volume encontra-se na Biblioteca da Havard University, mas ninguém tem informação de como o mesmo ali chegou. Esse material é constituído por primorosos desenhos em aquarelas que foram utilizadas por Cogniaux, na elaboração dos volumes que trataram sobre orquídeas na "Flora Brasiliensis de Martius".

_"Ao compará-la com a planta viva percebi, para meu encanto, que aquarela feita por Barbosa Rodrigues era idêntica a da planta que coletei, inclusive as duas glândulas nectaríferas na base da orquídea aquarelada pareciam estar envoltas em néctar como na planta verdadeira. Infelizmente, pelo que tenho conhecimento, essa obra nunca chegou a ser impressa e seria importantíssimo para a orquidofilia a sua publicação em fac-símile."

Na direção do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, entre muitas outras atividades centíficas realizou: reorganização dos viveiros de plantas e construção de estufa; criação da Carpoteca e da Biblioteca; colocação do Chafariz Central na aléa das palmeiras; mudança do curso do Rio dos Macacos cujas águas inundavam a área do Jardim em certas épocas; classificação específica dos exemplares cultivados; abertura, aterro e ajardinamento de novas áreas; aumento considerável da coleção de plantas vivas; denominação das alamedas com nomes de antigos diretores; plantio de um arboreto; primeiros passo para a organização de um herbário;liberação total de visitas sem acompanhamento, entre abril de 1890 e junho de 1894, quando quase 150 mil pessoas visitaram o parque e o estabelecimento de um regulamento de policiamento interno para a conservação dos vegetais.

O Parque Senador José Jefferson Carpinteiro Peres inaugurado no dia 1 de setembro de 2009, é um espaço público edificado entre os igarapés de Manaus e do Bittencourt, dois tradicionais pontos urbanos da cidade de Manaus. Parte de um programa de revitalização ambiental o parque permite o conhecimento de um pouco da historia política, social e paisagística da capital amazonense, especialmente a do período da economia da borracha. Tem como uma das principais atrações o epifitário (Orquidário).

As plantas floríferas epifíticas (orquídeas, bromélias, aráceas, entre tantas outras) são particularmente características das florestas pluviais tropicais, são as últimas a colonizar os ecossistemas e devido a sua grande especialização são as primeiras a ser extintas.

O epifitário será denominado de Orquidário João Barbosa Rodrigues, uma feliz iniciativa do Governo do Estado do Amazonas, através da Secretaria de Estado da Cultura e vem preencher uma lacuna no Estado, propiciando aos Manauaras e aos turistas que nos visitarem a oportunidade de apreciar suas belas flores. Essa homenagem é mais do que justa, pois o Botânico João Barbosa Rodrigues foi um dos primeiros a estudar as orquídeas da região amazônica tendo publicado extensa obra botânica.

A implantação do Orquidário João Barbosa Rodrigues (OJBR) no Parque, com espécies amazônicas, aberto à visitação pública, é uma ação concreta para a conscientização e educação ambiental da população. A Secretaria de Estado de Cultura (gestora do Parque) firmou uma cooperação técnico-científica com a Coordenação de Pesquisas em Botânica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (CPBO-INPA), sendo essa responsável pelos serviços técnicos científicos de implementação do epifitário,com os seguintes objetivos:

implantação de um epifitário com espécies amazônicas com suas ações voltadas a população e ao apoio de pesquisas científicas;

promover a exposição de plantas epífitas da flora amazônica (orquídeas, bromélias, aráceas, etc.) tanto para a contemplação e sensibilização humana, quanto para demonstrar a potencialidade floricultora dessas espécies;

desenvolver ações de educação ambiental e conservacionista;atuar como banco de germoplasma para garantir o acesso das futuras gerações aos recursos genéticos;

apoiar pesquisas com epífitas amazônicas realizadas pela Coordenadoria de Pesquisas em Botânica do INPA.

A estrutura foi construída em armação de ferro e coberta com duas telas de sombrite 50 %. As bancadas para o cultivo das orquídáceas são de ferro com tela galvanizada nas prateleiras. O chão na parte central do orquidário é decorado com pedras portuguesas e as demais áreas preenchidas com pedra brita. Dois vaporizadores foram instalados, visando regular a temperatura do orquidário. Na foto o vaporizador ligado a mangueira que o abastece com água. Cada vaporizador diminui a temperatura do orquidário em cerca de cinco graus celsius.

A tarefa de implementação ficou direcionada à construtora Andrade Gutierrez, sob orientação técnica da Secretaria de Estado de Cultura (gestora do Parque) e da Coordenação de Pesquisas em Botânica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (CPBO-INPA). Para isso, foi necessário coletar, limpar, fumigar, nutrir, aclimatar, identificar botanicamente, catalogar e manejar as epífitas coletadas e selecionadas. Adicionalmente foram incorporadas a coleção as orquídeas resgatadas na construção do gasoduto Coari-Manaus pela PETROBRAS , que foi feita pela equipe do Professor Pedro Ivo Soares Braga.

O ano de 2009 foi marcado pelo Centenário do Falecimento de JBR, assim sendo, a proposta de homenagem do orquidário com o nome do ilustre botânico - Orquidário João Barbosa Rodrigues, vem em boa ocasião.

Veja http://www.orqquideasdaamazonia.com.br

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Comentários

06/06/2015 15:24:18

Prezado Ricardo Brito, apesar da autoria do artigo não ser minha, vou fazer a correção que você apontou. E continue nos dando apoio e acompanhando nossos artigos! Se quiser publicar alguma matéria, envie para paisagismodigital@auesolucoes.com.br que publico em seu nome.

03/06/2015 11:46:08

Parabéns , pelo belo trabalho.
Tenho uma ressalva, o local do nascimento de João Barbosa Rodrigues é na cidade de São Gonçalo do Sapucaí, Minas Gerais.
Abraço.

10/09/2010 12:06:28

Ótimo artigo, de suma importância que ficará nos arquivos preciosos do escritório.
Porém ressaltamos a importância de reaver o terceiro volume do livro que está em Havard University. Com uma troca seria perfeitamente viável. Mas quem seria essa pessoa para reaver ou repo-lo em solo brasileiro?

09/09/2010 10:22:57

Eu concordo com você, Nina, e precisamos sempre divulgar as boas notícias e iniciativas, não acha? As más notícias têm sempre muita força e divulgação.

09/09/2010 07:11:20

Maravilhoso !!!! Parabéns !!!!


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