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Plante árvores: comece agora! Final

Autor: Suzana de Mello Aleixo Machado - Data: 23/05/2011
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Finalizando nossas orientações básicas para o início de um viveiro, inciada com Plante árvores: comece agora! Parte 1

1.2. Produção de mudas no sistema de tubetes

Esse sistema utiliza substratos orgânicos dos quais os mais utilizados são o esterco de curral curtido, húmus de minhoca, cascas de eucalipto e pinus decompostas e bagacilho de cana decomposto. Esses substratos são geralmente utilizados como principais componentes de misturas que incluem também palha de arroz carbonizada, vermiculita e terra de subsolo arenosa. Os três últimos são utilizados para melhorar as condições de drenagem do substrato.
Não existe a proporção ideal dos componentes e cada viverista acaba aperfeiçoando sua mistura com o tempo. Para iniciar esse sistema de produção, recomenda-se:
i) 80% de composto orgânico ou húmus de minhoca + 20% de casca de arroz carbonizada; ou
ii) 60% de composto orgânico ou húmus de minhoca + 20% de casca de arroz carbonizada + 20% de terra arenosa.
O canteiro para esse sistema de produção é muito variável e pode ser realizado diretamente nas bandejas sobre o solo ou suspenso.
Para aquisição das sementes, semeadura nos recipientes, cobertura e irrigação devem ser observadas as instruções no item 1.1.
O desbaste deve ser realizado, com as mudas ainda pequenas (3 cm), deixando apenas a mais vigorosa no recipiente. Não se recomenda a realização da repicagem, nesse sistema, devido ao baixo aproveitamento dessa operação em tubete.
As mudas podem apresentar grande diferença no desenvolvimento, sendo importante a movimentação separando-as por tamanho de modo a efetuar novas adubações nas mudas menores para que alcancem o tamanho das outras.



Adubação das mudas
Similarmente às recomendações feitas para o sistema de produção de mudas em sacos plásticos, a melhor forma de fazer a aplicação de adubos nos substratos utilizados no sistema de tubetes é a parcelada, parte como adubação de base e parte como adubação de cobertura.
a) Adubação de Base: 150 g de N, 300 g de P2O5, 100 g de K2O e 150 g de "fritas" por cada metro cúbico de substrato. Geralmente, os níveis de pH, Ca e Mg nos substratos utilizados neste sistema são elevados, de modo que a aplicação de calcário é dispensada e não recomendada, evitando-se assim problemas como a volatilização de N e deficiência de micronutrientes induzida por níveis elevados de pH, dentre outros.

b) Adubação de Cobertura: devido a grande permeabilidade do substrato que facilita as lixiviações e ao pequeno volume de espaço destinado a cada muda, fazem-se necessárias adubações de cobertura mais freqüentes do que aquelas feitas para a formação de mudas em sacos plásticos. Para a aplicação, recomenda-se dissolver 1 kg de sulfato de amônio e/ou 300 g de cloreto de potássio em 100 L de água. Com a solução obtida regar 10.000 tubetes, a cada 7 dias de intervalo, até que as mudas atinjam o tamanho desejado.
A intercalação das aplicações de K, bem como, as demais recomendações feitas no sistema de produção de mudas em sacos plásticos, descritas anteriormente, deve ser aqui também considerada.

2. Sistemas de produção de mudas de espécies florestais nativas

2.1. Produção de mudas no sistema de sacos plásticos
O volume do recipiente, saco plástico, para a produção de espécies nativas é maior ao utilizado para a produção de mudas de eucalipto e de pinus e podem variar de diâmetro e de altura, mas recomenda-se que a capacidade seja de 1 Kg. Os sacos devem ter no mínimo 8 furos na parte de baixo.
De modo geral, para a produção de mudas de espécies florestais nativas deve-se seguir as recomendações feitas no sistema de produção de mudas em sacos plásticos para eucalipto e pinus. Essas espécies são muito mais exigentes em nutrientes, principalmente as das classes secundárias e clímax da sucessão florestal, são sensíveis à acidez e aos altos níveis de A1 e Mn dos solos, além de serem muito exigentes em macro e micronutrientes. Normalmente essas espécies têm um tempo de permanência no viveiro superior a 6 meses.


Adubação das mudas

Similar às recomendações feitas para a produção de mudas de eucalipto e pinus, deve - se parcelar a aplicação com as seguintes dosagens de calcários e adubos:

a) Adubação de Base: normalmente os valores de pH e os níveis de Ca e Mg nas terras de subsolo são muito baixos e por essa razão o primeiro passo a ser dado é a calagem da terra de subsolo. Dessa forma ficam garantidos valores adequados de pH e suprimento de Ca e Mg para as mudas. As espécies das classes ecológicas denominadas secundárias e clímax são bem mais exigentes nutricionalmente do que as pioneiras. A faixa ideal de pH (em CaCl2 0,01 M) do substrato varia de 5,5 a 6,0. O calcário deve ser incorporado à terra de subsolo, preferencialmente, 15 dias antes de ser usado. A dose de calcário varia conforme as características do solo e pode ser calculada pela fórmula.
N.C.=(T(V2-V1))/20xPRNT
N.C. = necessidade de calcário em kg/m 3 de terra de subsolo
T = capacidade de troca catiônica (C.T.C.)
V2 = saturação por bases desejada, 60%
V1 = saturação por bases encontrada na terra de subsolo
PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total do Calcário
Após a incorporação do calcário, aplicar 150 g de N, 700 g de P2O5, 100 g de K2O e 200 g de "fritas" (coquetel de micronutrientes na forma de óxidos silicatados) por cada metro cúbico de terra. Para se evitar a aplicação de calcário no substrato, recomenda-se o uso de terra de subsolo que possuam, naturalmente, altos níveis de pH, Ca e Mg.

b) Adubação de Cobertura: dissolver 1 kg de sulfato de amônio e 300 g de cloreto de potássio em 100 L de água, com a solução obtida regar 2.500 saquinhos. Para essas adubações recomenda-se a intercalação das aplicações seguindo a recomendação da produção de mudas de eucalipto.

Semeadura em canteiros
A semeadura em canteiros é um recurso utilizado quando as sementes são muito pequenas e é difícil a sua distribuição individualizada ou quando as sementes são excessivamente grandes. O uso de canteiros também é recomendado quando a germinação e/ou o crescimento são irregulares para aproveitar a maior quantidade possível de mudas.
Após a germinação das sementes nos canteiros, quanto as mudas atingirem de 3 a 7 cm de altura, geralmente apresentando dois pares de folhas, as mudas devem ser cuidadosamente retiradas da sementeira e replantadas no recipiente definitivo.
Nessa fase a adubação não é necessária, pois as reservas contidas nas sementes são suficientes para a germinação e o primeiro estágio de desenvolvimento. As regas, em geral, não devem ultrapassar duas vezes ao dia (de manhã e à tarde), de forma a evitar o aparecimento de doenças e o encharcamento dos canteiros.

2.2.Produção de mudas no sistema de tubetes
O volume dos tubetes deve ser superior ao utilizado para a produção de mudas de eucalipto e do pinus. Com exceção do número de aplicações de adubos em cobertura, que será em maior número (devido às menores taxas de crescimento das mudas), porém com a mesma periodicidade, todos os demais procedimentos e recomendações feitas para a produção de mudas de eucalipto e pinus, em tubetes, são válidas para a produção de mudas de espécie nativa em tubete.
Suzana Aleixo

arvoresbrasileiras@grupoaleixo.com

Fonte: Bibliografia consultada
Gonçalves, J.L.M.; Benedetti,V. Nutrição e fertilização florestal. Piracicaba IPEF, 2000. 427p



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