A história do perfume mais famoso do mundo, imortalizado por ser a única coisa que Marilyn Monroe "vestia" para dormir, começa nas entranhas da selva amazônica, bem longe do glamour das boutiques, bolsas e pescoços decorados por jóias. No mato, caboclos mal vestidos e mal pagos precisam ir cada vez mais longe, se embrenhar sempre mais para encontrar o pau-rosa, do qual extraem um dos principais ingredientes do perfume. A árvore foi tão explorada nas últimas décadas que está ameaçada de extinção, pondo em risco a sobrevivência da espécie e da própria indústria. Os "pau-roseiros", como são conhecidos, chegam a passar três meses na floresta, vestindo apenas um par de Havaianas, calção e camiseta, para conseguir a madeira. Nada de motosserra ou trator. As toras são cortadas no serrote e carregadas nas costas, amarradas a uma mochila de cipó chamada Jimanchi. A alimentação é à base de caça, principalmente macaco, veado e porco cozido. Devido aos riscos de extinção, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) condiciona os extratores de óleo de pau-rosa a fazer a reposição de mudas segundo quantidade exportada, sendo 80 mudas para cada tambor de 180 kg de óleo exportado; e condiciona o corte de seu s troncos, na Amazônia, a 50 cm do solo, para que haja rebroto. Entretanto, o Ibama calcula que, entre 2003 e 2008, as exportações do pau-rosa tenha sido cerca de 500% maiores que as permitidas. Outra tentativa preservacionista envolve a inclusão da árvore na lista de produtos controlados pela Convenção do Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora (Cites). As tentativas de preservação também têm relação com a ameaça às populações naturais do Pará e Amapá.
PAU-ROSA (Aniba Rosaeodora Var. Amazonica)
Exemplares de pau-rosa (Aniba rosaeodora) na Reserva Florestal de Ducke em Manaus Fonte da foto: http://www.jardimdeflores.com.br/ECOLOGIA/link31paurosahist.htm
Nome Científico: Aniba Rosaeodora Var. Amazonica Nome Popular: Pau-rosa, pau-rosa-imbaúba. Família: Lauraceae Divisão: Magnoliopsida Origem: Brasil Ciclo de Vida: Perene
Fonte foto: http://www.plantasonya.com.br/linkrvores-e-palmeiras/pau-rosa-aniba-rosaeodora-ducke.html
Apresenta diferenças morfológicas e na composição do óleo essencial em relação à espécie nativa da Guiana Francesa, Aniba roseaodora. Diferenças no aroma também são evidentes entre óleos oriundos de regiões distintas, como as verificadas entre o óleo brasileiro e o franco-guianense. O Brasil, porém, é o único produtor de pau-rosa e o primeiro registro de extração aconteceu em 1967. Desde então, estima-se que mais de 2 milhões desta árvore já tenham sido cortadas irregularmente, sem a correspondência de replantio. Pode atingir até 30 metros de altura e regenera lentamente. Destaca-se na produção de óleo essencial de aroma agradável, rico em linalol e muito utilizado na indústria de perfumaria. O óleo para fins comerciais é obtido a partir da destilação da madeira. É considerado uma das matérias-primas do perfume Chanel n° 5 e de vários perfumes europeus e americanos.
Rômulo Cavalcanti Braga é paisagista contato: romulocbraga@uol.com.br
Você pode se interessar tamnbém por: Orquídeas: O Eldorado da Amazônia Meio ambiente: Vídeo Berçário das tartarugas da Amazônia Plantas nativas da Caatinga, bioma rico e pouco conhecido Margareth Mee, a Dama das Bromélias, pesquisadora de nossas plantas ornamentais Plantas ornamentais em risco de extinção: Orquídea Cattleya eldorado Linden
|