Considerado o sucessor de Burle Marx, Fernando Chacel era considerado o maior paisagista do Brasil nos dias de hoje, faleceu em 6 de março no Rio de Janeiro.
Fonte da foto: arcspace.com
Filho de pai espanhol e de mãe carioca, Chacel se formou arquiteto em 1953, pela então Universidade do Brasil. Ainda estudante, tornou-se estagiário no ateliê de Burle Marx e ali, admirando as cores e as formas dos trabalhos, começou na carreira. Nos anos 60, foi diretor de parques e jardins da Guanabara. Depois, fez trabalhos, entre outros, para Furnas e Itaipu, onde realizou seu maior projeto paisagístico. Para o Ministério da Educação, montou um curso de planejamento paisagístico com o geógrafo Aziz AbSaber. Ao lado de Rosa Kliass, foi um dos fundadores da Abap (Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas). Sidney Linhares, seu sócio, destaca o trabalho do amigo nos parques da Gleba E, na Barra da Tijuca, como um dos mais significativos. Chacel deu aulas no Brasil e no Canadá. Gostava de terminar seus projetos de madrugada e de trabalhar com equipes multidisciplinares.
Estava à frente do projeto paisagístico da Cidade da Música - de autoria do arquiteto francês Christian de Portzamparc - que está sendo implantado na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade.
Mais informações sobre este expoente de nossa Arquitetura Paisagística estão em uma bela entrevista, de 2004, concedida a Antônio Agenor de Melo Barbosa
Ele acreditava e afirmava aos mais jovens que esta é uma das profissões do futuro, não por estar vinculada a qualquer tipo de modismo, mas sim por que o arquiteto-paisagista será um dos poucos capacitados a atender às demandas sócio-ambientais do novo século. Trabalhava com uma equipe de nove biólogos e engenheiros florestais, de diferentes especialidades, como consultores em diversos projetos e, desde o início de sua atividade, já se preocupava com as questões ambientais e recuperação de áreas degradadas.
Fonte da foto: arquiteturaunimar.wordpress.com
"O Jardim do Lago é um modelo novo e diferenciado de empreendimento inserido em um cenário de grande valor ecológico e paisagístico. A casa do lago trará atrações de sua componente vegetal criada por processo ecogenético, ações compensatórias capazes de restaurar o equilíbrio entre o construído e o plantado, dando continuidade às intenções ecológicas que nortearam a proposta urbanístico-paisagístico do empreendimento."
(Fernando Chacel)
CASA DO LAGO - Fernando Chacel e James Lawrence Vianna"
No seu livro Paisagismo e ecogênese ele reflete sobre: "A paisagem, suas mutações, seus usos e ocupações. Os impactos gerados pela urbanização e o gesto paisagístico como medida compensatória e mitigadora de seus efeitos negativos. A re-criação do cenário natural por processo ecogenético. Os ecossistemas primitivos e os elementos que a constituem. A Baixada de Jacarepaguá e a Barra de Tijuca: dunas, antedunas, lagoas, rios, maciços florestais, monumentos naturais, sistemas viário-rodoviários e "cores" urbanizados. O enfrentamento entre a paisagem natural e a paisagem cultural. A busca de modelos conciliatórios entre o desenvolvimento, a conservação e a preservação dos recursos naturais. PAISAGISMO E ECOGÊNESE percorre alguns caminhos desta temática tão complexa e fascinante, no âmbito específico do campo de atuação profissional de seu autor. Busca apenas um olhar paisagístico sobre a restauração de ecossistemas degradados." Fernando Chacel
Parque 2 irmãos
Parque Fazenda da Restinga
Fontes: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1342591
http://veja.abril.com.br/vejarj/190406/perfil.html
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