Nos últimos anos os cursos de paisagismo se proliferaram, saíram das faculdades de arquitetura e foram para as de agronomia, assim como, para as escolas de cursos dirigidos e especializados. É uma constatação positiva a meu ver, mesmo que tardiamente quando nos comparamos a outros países, cuja relação homem e natureza e homem jardim já faziam parte de sua história e de sua cultura.
Entendo que, no Brasil, deve-se destacar as cidades dos interiores dos estados, onde homem e natureza mantinham e algumas ainda mantêm essa relação, quase sem se notar onde começavam as casas e onde terminavam seus quintais. Ou onde se centralizavam pequenas aglomerações de residências e comércios e se avançavam para as áreas rurais. Tal era o mínimo de impacto urbano e ambiental. E estou me reportando ao século XX ainda. Lembrando que isso foi ontem, e talvez estivesse presente na vida da maioria dos leitores. Nesse mesmo século tivemos um paisagista, reconhecido pelo Instituto dos Arquitetos dos Estados Unidos, como o representante do paisagismo moderno. Roberto Burle Marx ( 1909 – 1999). Seu pai, alemão, mãe, filha de franceses, cresceu num mundo de cultura e história das artes.
Sítio de Burle Marx
Quase todas as artes. E só poderia ser o que o foi com maestria. Teve sua vocação atendida plenamente. Uma criatividade inconteste. Suas obras, qualquer uma delas mas, em especial, o paisagismo são aulas a céu aberto, desde que ainda estejam mantidas. E aqui faço um paralelo: apelo aos que dessas obras deveriam estar zelando e dando a devida manutenção e o não estão fazendo. Com o avanço da tecnologia em termos de maquinas e equipamentos esta se tornou ainda mais acessível. Como é triste constatar que precisamos escolher um local, com antecedência, que esteja adequado pela falta de manutenção, sem saber como iremos encontrar tal local com uma ou várias de suas obras, para visitarmos com amigos estrangeiros. É a falta de cultura e respeito. Mas estamos tratando do tema criatividade, e me pergunto: onde está ela nos arquitetos especializados em paisagismo, ou nos paisagistas formados nas escolas dirigiras para tal, ou nos jardineiros competentes e vocacionados? O que vejo, seja em espaços públicos, em condomínios ou em loteamentos fechados são as mesmas produções, alternadas com uma espécie vegetal diferente, entre uma ou outra propriedade ou espaço público.
Sítio de Burle Marx
Quem irá inovar?
Penso que a criatividade seja nata. Todos a possuem de forma a ser aplicada nas diferentes vocações profissionais. Com destaque sempre para aqueles a quem chamamos de gênios. Raros. Mas é a criatividade, no meu entendimento, o resultado não somente do aflorar do novo, ou o solucionar algo cuja atitude seja aquela que ninguém havia pensado antes, e sim, o resultado também de muita busca, muito estudo, muito pensar e muita visão.E a visão só acontece com muito conhecimento, muita pesquisa, observações e trocas de idéias, informações e pontos de vista. Vivência. Prática. Cria-se então, uma roda de engrenagem que move o profissional. Roda que nos motiva a ação de criar. Adequar-nos ao tempo e adequar o nosso tempo. Organizá-lo de forma que haja um tempo para estudar, pesquisar, apresentar idéias, ouvir opiniões, motivar-nos a ação e, como falei acima, resultado: abrirmo-nos para a criação. Sites como o paisagismodigital, são valiosíssimos para compor esse cenário: busca acréscimo no nosso potencial e conteúdo profissional. Quiçá tenhamos rápido um fórum neste site, mais ágil, resultado do grande número de pessoas que o acessam, se conectam, mas não se falam. E, talvez, tenham muita informação, ou ansiosas para debaterem, enfim, compartilharem.
Se hoje não há limites entre conexão Brasil e o mundo; Oriente e Ocidente; nem o idioma é barreira. E se também: o avanço da informática possibilita desenvolver um projeto com inovações, ou não? Até que ponto os profissionais não estão sabendo lidar com tantas ferramentas existentes, disponíveis e melhor, ele ainda pode criar outras, e finalmente os já comentados, cursos de paisagismo que se proliferaram positivamente em nosso país, ainda me pergunto, onde está a criatividade? É o desafio para todos nós nesse terceiro milênio. Pós ao adorável, carismático, e sempre mestre Roberto Burle Marx. Brasileiro.
Veja vídeos sobre Burle Marx http://www.youtube.com/watch?v=DaryOoInt-M&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=bFX3UjOwHPE&feature=related http://www.youtube.com/watch?v=JJ95cHQ5q2U&NR=1
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