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Guerra dos sexos no mundo das plantas!

Autor: Regina Motta - Data: 24/03/2014
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A Revista Ciência Hoje publicou uma matéria sobre a semelhança entre a fecundação das plantas e a vida sexual humana. Estudos revelam que os vegetais competem por oportunidades de acasalamento e "escolhem" seus parceiros sexuais, traçando até mesmo estratégias reprodutivas que evoluíram ao longo do tempo, gerando flores de cores, formas e cheiros variados.
Já vimos aqui que Plantas usam truques para garantir a reprodução e, em outra matéria, lemos que os frutos são originados Do sexo das plantas.
No entanto, existe também entre as plantas a reprodução assexuada ou propagação vegetativa, ou seja, um processo onde há a formação de uma nova planta sem que haja "sexo". Mas a "reprodução sexuada" é primordial para a variabilidade genética. O desequilíbrio ambiental que há hoje pode afetar a fecundação das plantas e, portanto, culminar na perda de algumas espécies.


Pólen - órgão masculino da planta

A variação extrema da temperatura, como vem ocorrendo, o uso de pesticidas, a ausência de chuvas, são fatores que interferem na reprodução das plantas, podendo causar a esterilidade das mesmas.
.Nas plantas, assim como nos animais, para haver variabilidade genética, é imprescindível que haja fecundação cruzada, ou melhor, que haja o óvulo de uma planta sendo fecundado por um grão-de-pólen de outra planta. Esta variabilidade genética é imprescindível para que a recombinação de certas características aconteça.


Pólen

Ainda segundo a matéria publicada na revista Ciência Hoje, as plantas possuem uma imensa diversidade sexual, podendo, em alguns casos, reconhecerem claramente machos ou fêmeas, mas na maioria delas os indivíduos exercem tanto o papel feminino quanto o masculino: "Em se tratando de sexo, as plantas são escandalosamente liberais. Muitas só fazem sexo consigo mesmas. Outras fazem sexo simultaneamente com vários vizinhos ou com parceiros casuais que vivem a centenas de quilômetros de distância."
Segundo o texto, algumas plantas trocam de sexo durante a vida, outras se recusam a "fazer sexo" com indivíduos aparentados, e há ainda as que nunca fazem sexo.
Quando chega a estação reprodutiva de determinada espécie de árvore, há um conflito aberto por sucesso reprodutivo. Alguns indivíduos, porque são maiores, mais vigorosos e com adaptações que favorecem seu sucesso reprodutivo, conseguirão aumentar a frequência de seus genes na próxima geração. Os menos favorecidos tenderão a ser eliminados pela seleção sexual. Ou seja, a "guerra do sexo" é intensa mesmo entre espécies que não se movem e não têm um comportamento evidente, como as plantas
É bem verdade que as angiospermas - as plantas com flores - não têm muita oportunidade de escolher seus "parceiros sexuais".


Imagem do Pólen - órgão masculino

Mas elas têm, sim, um mecanismo para selecionar pólen de melhor qualidade. O processo é agora revelado em dois estudos do grupo de Vernonica Franklin-Tong, da Universidade de Birmingham.
A autoincompatibilidade (AI) é conhecida como a rejeição sexual do mundo das plantas.
Nesse processo biológico, que existe em cerca de metade das angiospermas do mundo - grupo que, por sua vez, representa 90% das espécies vegetais -, a planta não aceita para reprodução o pólen com o qual ela compartilhe semelhanças genéticas.
A AI seria, em outras palavras, um mecanismo anti-incesto que assegura a diversificação dos genes do vegetal.


Pistilo - órgão feminino www.imagui.com

Quando a AI acontece, o pólen (que contém as células reprodutivas masculinas) considerado incompatível até chega ao pistilo da flor (parte do órgão feminino), mas tem o seu desenvolvimento interrompido por um sinal da planta.
Eles explicam que a evolução dessa grande diversidade reprodutiva deve-se a intensas disputas sexuais entre os indivíduos. Esses embates no mundo das plantas vêm sendo confirmados, mas por muito tempo foram desconhecidos - até mesmo por Charles Darwin, considerado um evolucionista (1809-1882) - ou contestados.

Fontes: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.php?id=18682
http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2014/311/link-intensa-vida-sexual-das-plantas

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