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Cultivo de plantas: Como fazer uma estufa

Autor: Rômulo Cavalcanti Braga - Data: 22/08/2012
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Montar uma estufa não é algo muito dispendioso nem um bicho de sete cabeças. Tudo dependerá da finalidade que deseja dar a mesma e do capital para investimento de que se dispõe. Quanto maior o capital a ser aplicado, mais sofisticado poderá ser o projeto: estrutura de alumínio, plásticos e climatizadores. Mas se você quer ter uma estufa para hobby, o projeto pode ser bem mais simples e mais barato. Qualquer espaço pode ser aproveitado para esta finalidade.
Você pode aproveitar um corredor, um muro, um pergolado. Basta colocar um sombrite de setenta por cento ou plástico no teto a uma altura de dois metros e meio e fechar as laterais com o mesmo material. As vigas da estrutura poderão ser de madeira, metalon, concreto, enfim o material que se dispuser a mão.
No teto é recomendado se colocar um travessão a cada metro e meio no sentido vertical e um cabo de aço com extensor a cada metro no sentido horizontal. Isso fará com que a estrutura fique mais firme e dê sustentação ao sombrite ou plástico, evitando-se que se formem as indesejáveis barrigas.
Uma ou mais portas com um metro de largura (mínimo) é ideal, pois poderá passar com um carrinho de mão ou qualquer outro material de manutenção com folga.
As vigas de sustentação devem ser dispostas a cada três metros de distância uma da outra. Já o piso pode ser forrado com uma camada grossa de brita zero.
Bancadas - O tamanho médio de uma bancada deve ser de um metro e meio de largura no máximo (para que você possa alcançar todas as plantas) e o comprimento, de acordo com seu espaço. A altura da bancada deve ser de cerca de no mínimo oitenta centímetros.
Você pode fazer quantas bancadas quiser, não esquecendo de manter um espaço mínimo de um metro e meio para a circulação.
Quanto ao material a ser utilizado nas bancadas estas podem ser de madeira, concreto ou metal, dependendo do que for mais prático e viável. Caso falte espaço, na parte superior, se você colocar algumas hastes atravessadas, poderá pendurar também alguns vasos ou plantas em casca de madeira ou palitos de fibra de coco, embora não seja muito aconselhável, porque os fungos ou vírus das plantas penduradas podem escorrer com a água para as plantas de baixo.
No caso de você dispor somente de uma varanda ou peitoril de uma janela, isto não é motivo para desanimar, muitas pessoas cultivam belas plantas nestas condições.



Pode ser que também sua casa seja coberta por laje em vez de telhas. Nesse caso, nada impede que sua estufa seja feita em cima da casa, desde que você crie a umidade necessária. Por exemplo, você pode colocar seixos rolados no piso e deixá-los sempre molhados.
Não vamos nos esquecer das árvores, onde a maioria das epífitas se ambientam muito bem.
Arejamento - Não se deve colocar as plantas muito aglomeradas para que haja arejamento entre elas e conseqüentemente possa se evitar o contagio de doenças ou parasitas.
Iluminação - Iluminação é essencial. O ideal é manter as plantas sob uma tela Sombrite de 50 a 70%, dependendo da intensidade da insolação local. Assim elas receberão claridade em luz difusa suficiente para realizarem a sua função vital que é a fotossíntese. Se as folhas estiverem com cor verde garrafa, é sinal que estão precisando de mais luz. E se estiverem com uma cor amarelada, estão com excesso de luz.
Temperatura - A maior parte das plantas se adapta bem a temperaturas entre 10º e 40º centigrados. Entretanto, há algumas que suportam temperaturas mais baixas. Assim, é bom observar a variedade da planta que se pretende cultivar para ter certeza que se aclimatará no lugar onde será cultiva. Caso contrário, o cultivo será muito mais trabalhoso, muitas vezes resultando na perda da planta. Felizmente, no Brasil, a variação de temperatura é adequada para milhares de espécies, tudo dependerá da região em que se encontra.


Foto de Paisagismo e reflorestamento com Arvores Brasileiras: uma história de sucesso

Água e Umidade - A umidade relativa do ar (quantidade de vapor de água existente na atmosfera) nunca deve estar abaixo de 30%, caso contrário, as plantas desidratarão rapidamente. Em dias quentes, a umidade relativa do ar é menor, por isso se faz necessário manter o ambiente úmido, molhando-se não só a planta mas também o próprio ambiente em que se encontram. Por esse motivo quando se cultiva Bromélias e principalmente Tillandsias em estufas é recomendado se manter um conjunto de climatizadores (no caso de grandes conjuntos de estufas) nas épocas mais quentes ou se fazer uso de aspessores, borrifando as plantas várias vezes ao dia.
Num jardim, com muitas árvores e plantas e solo de terra a umidade relativa é bem maior do que numa área sem plantas com piso de cimento. Um bom conjunto de irrigação também ajuda muito nessas horas mais quentes, devendo-se observar que as plantas devem ser irrigadas e / ou borrifadas sem a incidência dos raios de sol sob as folhas, evitando-se a queima das mesmas sob efeito da lente de aumento proporcionada pelas gotículas de água nas folhas em contraste com os raios solares.
Adubação - Todas as plantas necessitam de alimento, seja ele químico ou orgânico. Quando o fertilizante for líquido, dilua um mililitro (um centímetro cúbico) por litro de água. Uma seringa de injeção é um medidor pratico. Quando for solido, mas solúvel em água, dilua uma colher de chá (um grama) para um litro de água numa freqüência quinzenal.

Alerta - No cultivo de Bromélias e Tillandsias todo cuidado com fertilizantes químicos é pouco, pois os exemplares têm alto poder de absorção foliar e principalmente por não haver no Brasil uma formulação ideal especifico para essas espécies (NPK 17-08-22) os fertilizantes químicos quando utilizados devem sê-lo feito com muita parcimônia, utilizando-se tão somente 1/4 da dosagem recomendado pelo fabricante.
Essas soluções, nunca devem ser aplicadas com o sol quente, pois os estômatos (minúsculas válvulas) estão fechados. Faça-o de manhã bem cedo, ou fim da tarde, molhando os dois lados das folhas (a maior concentração de estômatos é na parte de baixo das folhas).
Nas Tillandsias especificamente, deve-se evitar de molhá-las a noite, pois esse ato irá prejudicar a respiração CAM que é realizada à noite (diferentemente das plantas tradicionais). As concentrações de fertilizantes em dosagens menores do que indicado acima ou pelo fabricante nunca é prejudicial.
Ao se diluir o fertilizante químico (um mililitro ou um grama) em dez litros de água ou mais um pouco e com ela borrifar diariamente as plantas, você poderá obter excelentes resultados. Esse ato corresponderá a um tratamento homeopático. Dosagem maiores funcionarão como veneno e poderão até matar as plantas.
Macro Nutrientes - Os adubos vendidos no comércio especificam as siglas NPK (com as respectivas porcentagens) que significam: N (nitrogênio), P (fósforo) e K (potássio), que são macro nutrientes. Mas existem mais três macro nutrientes não citados que são: Mg (magnésio), Ca (cálcio) e S (enxofre). Portanto, os macro nutrientes são seis e não três como são apresentados. Macro nutrientes são aqueles que as plantas necessitam em grande quantidade para crescer equilibradamente.
São chamados de micro nutrientes aqueles que as plantas precisam em menor proporção. A maior parte dos adubos químicos não contem os três últimos macro nutrientes citados acima, mas apenas um ou no máximo dois deles. Isto porque a formulação com todos eles é quimicamente incompatível, ou seja, há uma reação química e um dos sais, que geralmente é o sulfato de cálcio, não se dissolve e acaba se precipitando (o sulfato de cálcio também é adubo, porém solubilidade é de apenas dois gramas por litro e contém os elementos cálcio e enxofre).
Assim, existem no mercado os adubos básicos com NPK e uma outra embalagem com o restante dos sais minerais, que completam os anteriores, para serem aplicados alternadamente (os dois produtos jamais devem ser misturados). Mas poucas pessoas sabem da existência desse segundo produto. Resultado: muitas vezes suas plantas não vão bem, embora se aplique adubo, mas há carência justamente destes nutrientes.

Alternativa - A utilização de fertilizantes químicos importados é uma realidade, mas não são todos que têm poder aquisitivo para bancá-los. Uma boa alternativa é a utilização do Osmocote, que apesar de caro, seu resultado é surpreendente. Trata-se de um fertilizante de liberação lenta (três a quatro meses) em várias formulações. No caso das Bromélias é recomendado o 14-14-14. Os pequenos grãos devem ser espalhados nas bordas dos vasos e os resultados poderão ser observados logo no primeiro mês de uso. Dosagem - De três a sete gramas (aproximadamente uma colher de chá) por litro de substrato. Essa variação (de três a sete gramas) indica que se deve aplicar um pouco mais em plantas de rápido crescimento (flores, folhagens e mudas em geral) e menos para plantas lentas (Orquídeas e Cactos).

Superfertilização - O Osmocote é o fertilizante mais seguro que existe, não há riscos de superfertilização, portanto dosagens maiores podem ser aplicadas sem o perigo de perda da planta.
Adubação Orgânica - A adubação orgânica consiste na utilização tão somente de componentes de origem animal e / ou vegetal, tais como: esterco de gado, esterco de cavalo, urina de vaca, compostos orgânicos, húmus de minhoca. Cama de frango, esterco de galinha e esterco de porco (o esterco de porco não é totalmente digerido no organismo do animal - em média somente 30% é digerido o restante é expelido in natura) devem ser evitados, por serem muito quentes e conseqüentemente poderem ser prejudiciais as plantas.
Urina de Vaca - A urina, além de fornecer nutrientes e substâncias benéficas às plantas, não custa dinheiro, não é marca registrada de empresa, não causa risco à saúde do produtor e é tão, ou mais, fácil de aplicar que muito fertilizante químico ou agrotóxico.
A urina de vaca é um insumo que livra os agricultores da dependência. Na urina de vaca, encontramos vários nutrientes como o nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, ferro, manganês, boro, cobre, zinco, sódio, cloro, cobalto, molibdênio, alumínio (abaixo de 0,1 ppm), os fenóis, que são substâncias que aumentam a resistência das plantas. Também encontramos o ácido a indolacético, que é um hormônio natural de crescimento de plantas. Portanto, o uso da urina de vaca sobre os cultivos tem efeito fertilizante, fortificante (estimulante de crescimento) e também o efeito repelente devido ao cheiro forte.

Como Preparar - A urina deve ser recolhida em um balde e logo após ser envasada em recipiente fechado por no mínimo três dias antes de usar. Em recipientes fechados a urina poderá ser guardada por até um ano.
Como usar Diluir a um por cento (um litro de urina em cem litros de água), fazer pulverizações semanais nas plantas.
Para utilizar no solo ou substrato, junto ao pé da planta, diluir a cinco por cento (cinco litros de urina em cem litros de água). A integração da agricultura com a criação animal na propriedade é de extrema importância, pois além da urina, o esterco pode ser transformado em composto, muito importante para a agricultura orgânica.


Rômulo Cavalcanti Braga é produtor de Tillandsias
Contato: romulocbraga@uol.com.br

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Comentários

27/08/2012 18:57:00

Muito bom... Parabéns, Rômulo!!!

27/08/2012 17:44:13

Eu tenho minha estufa sobre minha garagem , faz 10 anos 8 x 7 =56 metros , minha produção de cipreste italiano e kaizukas,ótimo


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