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OURO VERDE BRASILEIRO - Um Ilustre Desconhecido Relegado ao Acaso -

Autor: Rômulo Cavalcanti Braga - Data: 05/03/2014
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A diversidade biológica brasileira constitui uma das grandes riquezas de nosso país. Muitas espécies, no entanto, apesar do grande potencial fitoterápico, gastronômico e paisagístico, continuam negligenciadas pelas pesquisas. O espaço geográfico brasileiro abrange seis tipos Biomas ou cobertura vegetal: Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa. Apesar de essas vegetações sofrerem com o processo de desmatamento desde o período da colonização, elas ainda recobrem uma considerável parte do território nacional. A seguir, as principais características de cada uma delas:


Açaí juçara no Parque Nacional Serra dos Órgãos.
Mateus Figueiredo
Creative Commons Attribution-Share Alike 4.0


FLORESTA AMAZÔNICA
É a maior e mais extensa forma de vegetação no Brasil, ocupando também vários outros países da América do Sul. Sua área aproximada, atualmente, corresponde a mais de seis milhões de km², sendo que quatro milhões deles encontram-se no Brasil. Ela ocupa quase a metade do território brasileiro, apesar de vinte por cento de sua área já ter sido devastada. Caracteriza-se por ser uma floresta do tipo heterogênea, ou seja, com uma acentuada variedade de espécies vegetais. É do tipo perene (as árvores não perdem as suas folhas em um determinado período do ano), higrófita (com fácil adaptação à umidade) e latifoliada (as folhas costumam ser grandes e largas). A Hiléia Amazônica possui o maior banco genético da Terra, ou seja, é uma área de grande biodiversidade.


https://en.wikipedia.org/wiki/en:Creative_Commons
Mata Atlântica

MATA ATLÂNTICA
Também chamada de Floresta Latifoliada Tropical, ocupa cerca de treze por cento do território nacional, sendo menor apenas que a Floresta Amazônica e o Cerrado. É o tipo de cobertura vegetal mais devastado, apresentando atualmente apenas quatorze por cento de sua área original. Localiza-se ao longo de todo o litoral brasileiro, estendendo-se da região Nordeste do país. Em alguns de seus trechos, encontram-se os maiores índices de biodiversidade do planeta, ou seja, apresenta uma grande quantidade de espécies de animais e vegetais por m².


Cerrado - Chapada dos Veadeiros - Cavalcante
Chapada dos Veadeiros
https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0

CERRADO
É uma formação florestal do tipo Savana, sendo considerado por muitos autores como o mais complexo tipo de savana do mundo. É o segundo maior domínio florestal brasileiro, ocupando mais de vinte e quatro por cento da área do país. Assim como a Mata Atlântica, o Cerrado também foi bastante devastado, tendo quase oitenta por cento de sua biomassa destruída pela ação do homem. Em virtude do fato de a baixa umidade ser predominante durante a maior parte do ano, bem como por apresentar um solo pobre em nutrientes, o Cerrado apresenta árvores esparsas, não muito altas e de tronco retorcido para evitar a perda de água. Existem também os chamados Cerradões, em que a formação florestal é mais densa. Por apresentar um solo muito ácido, com grande concentração de alumínio seu território pouco favoreceu a agricultura até os anos 1970, quando se descobriu que, acrescendo Calcário ao solo, essa acidez era corrigida. Tal descoberta contribuiu para um avanço da agricultura no país, porém também foi responsável pela intensificação de processo de devastação dessa composição florestal.


Caatinga
https://en.wikipedia.org/wiki/en:Creative_Commons

CAATINGA
Localizada quase totalmente na região Nordeste do Brasil, a Caatinga é o único bioma cem por cento situado em território nacional, ocupando cerca dez por cento da área do Brasil. Apesar de ser aparentemente pobre em diversidade, é a mata de clima semiárido mais rica em fauna e flora do mundo, o que justifica a necessidade de sua preservação. A sua vegetação caracteriza-se por ser do tipo xerófila (que se adapta facilmente à aridez). Sua composição muda conforme variam as condições climáticas. Durante os períodos de estiagem, perde suas folhas e fica praticamente seca. No entanto, durante o período de chuvas, rapidamente se transforma, tornando-se uma vegetação verde recoberta de folhas.


Pantanal
https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0


PANTANAL
O complexo do Pantanal ocupa parte da região Centro-oeste do país, estendendo-se por outros países, como Paraguai e Argentina. Ocupa cerca de dois por cento do território brasileiro, caracterizando-se, principalmente, por ser a formação florestal mais heterogênea do país e por ser considerada a maior planície inundável do mundo. As condições de vida animal nesse ambiente são determinadas pela dinâmica dos fluxos de água. Durante a época das chuvas (a maior parte do ano), os leitos dos rios costumam transbordar, em virtude da baixa declividade do terreno; nesse período, as espécies terrestres migram buscando refúgio e os animais aquáticos se reproduzem. Durante a época das secas, o nível das águas novamente diminui e deixa o solo rico em nutrientes, favorecendo o retorno das espécies de animais e facilitando a reprodução das aves. Por ser uma zona de transição entre a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica e o Cerrado, apresenta uma elevada biodiversidade, chegando a registrar um dos maiores índices de concentração de animais em todo o mundo.


Quero-quero do pampa.jpg
Ave tradicional do pampa gaúcho, um símbolo.
Ariel Mergener Henckel
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PAMPA
Também chamado de Campos Sulinos e Campanha Gaúcha, é uma vegetação de campo, formada por plantas herbáceas (predominantemente rasteiras). Ocupa cerca de dois por cento do território nacional na região Sul do país e se estende ao Uruguai.
Os Biomas brasileiros se caracterizam pela riqueza da fauna e flora, neles podem ser encontrados uma enorme diversidade de espécies vegetais. Com elas coexistem mamíferos, répteis, insetos, aves, formando um complexo conjunto de ecossistemas. Cada uma a seu modo são representativas de nossa biodiversidade.
As árvores abrigam diversas espécies de plantas epífitas onde também se instalam animais, numa associação de equilíbrio e harmonia onde qualquer alteração pode causar danos irreversíveis ao meio ambiente.
As epífitas como bromélias e orquídeas encontram seu ambiente ideal, adaptadas junto às árvores e palmeiras. As epífitas como as bromélias orquídeas se apóiam em seus galhos em todos os níveis das florestas. As bromélias e orquídeas são plantas de extrema beleza, ricamente exemplificada nas diferentes formas, nuances da palheta de cores de suas folhas, formas e fragrâncias de suas flores, despertando o interesse e a admiração das pessoas. A realidade de desmatamentos e a extração indiscriminada são os algozes de diversas espécies sejam vegetais ou animais. Num simples tronco de árvore caído podem ser encontrados um grande número de mudas dessas exóticas e ricas plantas. Bromélias e orquídeas apresentam hábitos epifíticos, rupícolas, humícolas e terrestres. Essas joias de dimensões diversas são raridades de beleza aviltante que compõe o nosso Ouro Verde vêm a anos despertando a cobiça de estrangeiros. Os crescentes desmatamentos e as extrações indiscriminadas fazem com que muitas dessas espécies sequer venham a ser conhecidas e classificadas. Por ação isolada de alguns poucos abnegados são descobertas novas espécies. Em sua grande maioria nem nomes próprios possuem, somente são reconhecidas por números.
Estrangeiros vêm ao Brasil em aviões fretados, fazem coletas e retornam a seus países sem nenhum problema com carregamentos de espécies que nunca mais veremos em nossas matas: são aechmeas, quesnélias, neoregelias, hohenbergias, cryptanthus, canistruns, vrieseas, Tillandsias, nidulariuns, dickias, mormodes, cattleyas, micro orquídeas e frutos preciosos como o cupuaçu, açaí, seiva do pau rosa da Amazônia e muitas mais.


Tillandsias nativas
Bromélia Vriesea procera.jpg
Bromélia (Vriesea procera) em destaque e bromélia "barba de velho" (Tillandsia 6 usneoides). Nativas do Rio Grande do Sul.
Amanda Salviano
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Em minhas pesquisas sempre visito páginas estrangeiras de vendas de bromélias que colocam bem grande "Wholesale: Bromeliads from Australia" (Atacado: Bromélias da Austrália), como se essas plantas não fossem quase que na sua totalidade brasileiras. As espécies que procuramos tão arduamente por aqui pra nossas coleções são vendidas em vários países como se fossem água. Muitas variedades variegatas, lineatas e outras mais raras são facilmente encontradas por lá.

Realmente, perdemos nossa identidade frente ao que nos é de direito, até porque, a importação é extremamente difícil, pelo lado brasileiro. Resumindo, tudo sai daqui e nada pode voltar. Um problema sério de perda de material genético, legalmente e diante dos olhos comodistas e complacente do IBAMA que, por sua vez, se comporta de uma maneira grotesca típica daqueles que detém o poder e não sabem usá-lo de forma firme e coerente.
O órgão vem demonstrando a incompetência de seus membros, muitos sem conhecimento do que fazem, desprezo ela nossa biodiversidade, medo de mudar Leis retrógradas e antigas. Ele deveria procurar incentivar a procriação e preservação da fauna e flora nacional ampliando e incentivando formas de pesquisas e perpetuação das espécies.
Os funcionários do IBAMA se preocupam arduamente em criar barreiras burocráticas intransponíveis, mostrando mais atraso intelectual. Esse tipo atuação é muito fácil. Saiam suas cadeiras e mesas confortáveis, abandonem os computadores, a caneta e o papel e vivam a realidade!
Nos jardins da sede da instituição na Asa Norte em Brasília o Orquidário Nacional que é uma referência internacional, há mais de três anos corre o risco de desmoronar por falta de reforma. Diga-se de passagem que não há falta de verba para fazê-lo, mas sim de vontade política de executar a obra. Por outro lado há uma clara preocupação de desmotivar toda e qualquer ação isolada de alguns poucos abnegados, que vislumbram um futuro distante. Posso citar aqui a reportagem de um Médico do SUS e como ele tem ajudado surucucus a sobreviver. Vejam também o descaso e a atitude do IBAMA, que deveria dar o exemplo, até porque, eles (o Governo) não são os donos do patrimônio genético e nem de nada no Brasil.
Governo não gera riqueza, apenas a gerencia! O Governo não deve deter posses. Governo não é dono de flora e fauna. Se ele tiver uma solução melhor do que este nobre cidadão da reportagem, que o faça. Apresente um pré-projeto para salvar a fauna e a flora como um todo do contrabando genético desenfreado que existe e atua de baixo das barbas do Governo.

http://blogs.estadao.com.br/dener-giovanini/um-homem-algumas-surucucus-e-muita-burrice-um-depoimento-2/?

Rômulo Cavalcanti Braga é especialista em Tillandsias e um grande produtor.
Contato: romulocbraga@uol.com.br
Ouro verde - boiatche bromeliario

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