Falar sobre as orquídeas é complexo e fascinante pois a família a qual pertencem a Orchidaceae é uma das maiores famílias botânicas, se não a maior, com número de espécies estimados em 40.000 sem estarem inclusas neste substancial número os híbridos e variedades cultivadas. São infindáveis os gêneros, sub-famílias, etimologias, origens e classificações, mas uma questão é incontestável: são as mais belas flores do reino vegetal.
As orquídeas, mesmo aquelas que vivem nos troncos das árvores, não são parasitas, são totalmente independentes no ciclo de vida e as árvores são apenas hospedeiras. Segundo os especialistas, alguns gêneros têm muitas espécies, outras apenas uma, por exemplo, a Pleurothallis possui cerca de 1.130 espécies, a Bulbophyllum tem mais de mil espécies, já a Isabelia, apenas três espécies e a Schunkea uma única e solitária espécie. (Fonte: Caderno Orquidófilo, 3ª Edição, Editora Brasil Orquídeas). Diversas orquídeas são bem rústicas e de fácil cuidado, outras exigem conhecimentos de especialista. Existem espécies de tamanho milimétrico, que de tão pequenas são chamadas de micro-orquídeas e outras com flores de 30 centimetros de diâmetro, essa variedade entre formatos, cores e tamanhos é simplesmente fascinante.
Elas são vibrantes, exóticas, e ao observarmos minuciosamente o detalhe de cada flor percebemos o quão caprichosa, criativa, artesanal, inspiradora e divina foi a sua criação. Provavelmente por sua delicadeza e beleza, são entre todas as flores, as que tenham mais aficionados e apaixonados colecionadores. São incontáveis as entidades existentes, entre orquidófilos e orquidários, que promovem eventos, cultivos, exposições e concursos para enaltecer a fantástica família das orquidáceas.
Algumas dicas simples valem para o pleno desenvolvimento e floração das orquídeas, tais como:
- O plantio em vasos de cerâmica, que são porosos, é mais adequado do que de plásticos, existem modelos com furinhos para arejamento das raízes, sempre em tamanho compatível à planta;
- As orquídeas não gostam de excesso de água, portanto, a drenagem do vaso é importante, basta colocar de 2 a 3 cm de argila expandida no fundo do vaso para permitir uma rápida drenagem;
- Utilize substrato próprio para orquídea, lembrando que as raízes precisam de arejamento;
- Existem orquídeas que não se adaptam a vasos, somente presas nos troncos das árvores, pode-se utilizar a manta de fibra de coco protegendo as raízes até a total adaptação;
- Algumas orquídeas crescem na vertical, como por exemplo, as Vandas, e devem ser plantadas no centro do vaso, a rega deve ser feita nas raízes e nas folhas com adubo líquido apropriado, várias vezes ao dia em dias quentes e secos pois precisam de alta umidade para pleno desenvolvimento;
- As orquídeas se adaptam bem em temperaturas entre 15 e 25 graus, nosso clima e suas variações nos permitem grande variedade de plantas, no entanto para um cultivo mais facilitado devemos escolher orquídeas que se aclimatem ao lugar que serão cultivadas;
- Nunca regue quando as plantas estiverem quentes pela exposição à luz solar, o choque térmico pode causar lesões que podem expô-las as pragas oportunistas, o melhor horário para a rega é de manhã ou no final da tarde já sem incidência de luz solar. A melhor forma de molhar é emergir o vaso em um balde com água limpa e fresca e aguardar alguns minutos de forma a permitir que todo o substrato umedeça, não utilizar a mesma água para emergir outros vasos. As orquídeas precisam de adubação como as outras plantas, quando o adubo for liquido dilua um milímetro em 1 litro de água 1 vez por semana.
- A claridade em luz difusa é ideal, sem exposição direta aos raios solares, se as folhas estiverem verde garrafa precisam de mais luz, se estiverem amareladas estão com excesso de luz. Importantíssimo se informar sobre cada espécie em particular pois as necessidades de luminosidade são diferentes entre elas;
Se você se apaixonou e quer começar a cultivá-las, pesquise em orquidários e procure orientação com os mais experientes, a web também é ótima veiculo de pesquisa para ampliar os conhecimentos. Pesquise não somente sobre a variedade de plantas mas sobre as estruturas necessárias para bom desenvolvimento, comece com os hibridos que são mais resistentes com a aquisição de poucas unidades mensais, coloque plaquinhas de identificação com o nome da planta, origem e data de floração, dessa forma você vai aprendendo gradualmente com o desenvolvimento da planta. Visite, pergunte, observe, estude, se delicie com o prazer de lidar com as maravilhosas orquídeas.
Liane Martins Arquiteta e Paisagista MC3 Arquitetura e Paisagismo Você gostará também de: Orquídeas: O Eldorado da Amazônia Paisagismo com plantas nativas pouco conhecidas - Asteranthos brasiliensis O curioso jardim dos venenos de Alnwick Garden Cultivo e demais tratos culturais de Orquídeas: Capítulo 3 Cultivo e demais tratos culturais de orquídeas: Capítulo 2 Cultivo e demais tratos culturais de Orquídeas - Capítulo I Plantas ornamentais em risco de extinção: Orquídea Cattleya eldorado Linden Fatores que condicionam a distribuição das orquídeas no habitat O Paraíso das micro-orquídeas
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