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Projeto de paisagismo: Iluminação, como minimizar erros?

Autor: Paulo Carneiro Spina - Data: 27/09/2018
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Como minimizar erros?

Depois de tantos anos fornecendo iluminação diferenciada dentro do mercado nacional, tive a oportunidade de mapear os comportamentos que mais prejudicam os resultados de um bom trabalho.

E para minha surpresa o maior gerador de problemas é um detalhe oculto que o brasileiro insiste em não valorizar "o projeto" do que deve ser feito. Eu, como fornecedor de produtos, preciso saber qual é o resultado que o cliente quer obter, desconheço qualquer maneira razoável que não seja um trabalho gráfico informando o que vai ocorrer, isto chama-se projeto.


Iluminação Paulo Spina

Depois de definir o que usar, precisamos criar uma infraestrutura para receber equipamentos, como orçar sem projeto? Após contratado a construtora tem que executar a infra, portanto de novo vão trabalhar em cima do achismo.

Após a infra pronta tem que colocar as luminárias que se for um material de qualidade as peças são especificas para cada uso, portanto requer precisão de posicionamento. E após finalizado temos que checar se estão adequadamente instaladas conforme especificado, cadê o projeto?

Se vencermos todas estas etapas com um índice de acerto razoável vamos ao uso do espaço que evidentemente requer manutenção. Aí a tragédia é consumada, começa a destruir o que foi feito pois ninguém sabe como aquilo funciona.


Iluminação Paulo Spina

Aí eu pergunto, o que leva pessoas razoavelmente esclarecidas adotarem uma postura extremamente nociva contra seu próprio investimento pessoal?

Meus clientes não são pessoas intelectualmente limitadas, a rigor têm uma vivência internacional, conhecem trabalhos magníficos feitos lá fora, admiram e aplaudem o que é belo e, quando estão no comando, para fazerem um bom trabalho para seu uso pessoal contentam se com a mediocridade.

Gostaria que alguém me ajudasse a esclarecer isto, será que é o sentimento enraizado que, por sermos tratados como cidadãos de segunda classe lá fora, não nos damos o direito de sermos melhores?


Iluminação Paulo Spina

O mais triste é que não tem impedimentos técnicos ou financeiros para que isto ocorra, é só uma questão de postura.

Se fizermos uma análise superficial vamos constatar que a obra ficou mais cara e o resultado final no mínimo limitado em função do que poderia ser atingindo.

Sei que este texto pode ter um resultado nocivo para minha imagem, pois pode mexer em valores negativos ocultos dentro de nós brasileiros, mas a verdade é uma só, somos responsáveis pela péssima imagem que temos aos olhos de qualquer país minimamente desenvolvido.


Iluminação Paulo Spina

A mania de sermos sempre os espertos acaba por criar situações que privilegiam o mau profissional, compromete resultados, gera perda de recursos e, para finalizar, fazemos o papel de bobos perante a um observador mais atendo.

Quero deixar claro que não faço projetos, não é minha fonte de renda, não tenho interesse ocultos em relação a eles, mas são fundamentais para obtermos bons resultados.

Acredito que se todos os profissionais da área passassem a não aceitar esta situação, talvez conseguíssemos a médio prazo mudar este triste panorama.

Com a palavra quem está na linha da frente, eu sou um mero coadjuvante. Arquitetos, engenheiros, paisagistas e decoradores assumam esta batalha, dêem valor a seus conhecimentos, cobrem do CAU CREA e outras entidades de classe um plano de conscientização, inclua no currículo dos cursos uma matéria fundamental que é ser claro e transparente na apresentação dos trabalhos.

Se não sairmos da faculdade convencidos de que não existe um bom trabalho sem muito planejamento, e só da para planejar em cima de um projeto, esta situação só irá piorar. As novas tecnologias estão invadindo nossa vida, ou nos preparamos para isto ou vamos ficar observando os acontecimentos como uma plateia aplaudindo, mas nunca efetivamente inseridos nos acontecimentos.

Gostaria muito de receber um feedback de todos que se sentirem tocados pela minha indignação, fiquem à vontade para criticar, serão bem-vindas e responderei dentro do possível. Não fiquem apáticos a esta realidade, vamos mudar nossa classificação, temos condições de sermos muito melhores.

Paulo Carneiro Spina

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