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Plantas ornamentais: Edilson Giacon da Ciprest Mudas Frutíferas e Ornamentais

Autor: Regina Motta - Data: 24/11/2018
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Dentro de nosso projeto de apresentar, aos nossos milhares de leitores, profissionais que fazem a diferença, é com muito prazer e orgulho que conversamos com Edilson Giacon, nosso parceiro no Paisagismodigital Ciprest Mudas frutíferas e ornamentais , GENTE QUE FAZ!
O passeio, ainda que virtual, pelo espaço do viveiro, é de encher os olhos! Tantas belezas...
Mas vamos deixar que ele nos conte sobre seu trabalho:

1 - Como se deu a sua escolha de criar um viveiro de plantas?

Na realidade, nasci dentro de um viveiro.
Meus Bisavós, imigrantes italianos, após virem para o Brasil, compraram uma fazenda e formaram milhares de mudas de café, formando o cafezal da Fazenda e vendendo / trocando excedente de mudas

Com a crise do café na década de 30, iniciou-se a formação e plantio de mudas cítricas.
Nasci em 1966 e lembro que no início dos anos 70, já ajudava meu pai, retirando sementes de vagens de Bauhinia ( Pata de Vaca ) , de Sibipuruna.

Poucos anos depois também ajudava meu Pai no plantio de mudas no solo, colocando elas nas covas e também ajudava a tirar folhas das milhares e milhares borbulhas de cítricas e manga que formava, junto com meus Tios, eles eram sócios.
Com 12 anos, junto com meu irmão e 1 primo, ajudávamos nossos Pais ( Tios ) no viveiro, eu também tirava notas e fazia contas.

Com esta idade, também formei umas 600 mudas de Jabuticaba Híbrida, espécie que começava a ser comercializada e tinha procura. Como não conseguia carregar as latas, era muito novo, colocava as latas no local e levava a terra e mudas até elas, plantando no local definitivo.
Foi meu primeiro plantio em escala maior, depois não parou mais, aprendi a fazer enxertos, alporquia, estaquia e centenas de outras atividades.

Com 13 anos, tinha enxertado 12 cores de hibiscus em 1 única planta que fez muito sucesso com quem vinha ao viveiro. Nesta idade, também começou meu interesse por informática, que ainda engatinhava no Brasil e comecei a fazer programação, mexer em pequenas máquinas, TC 82,C, Tk 85, TK 2000 e em Aplles, de amigos. Este não consegui comprar, muito caro para mim.
Junto comecei a criar amor por fotos e juntei nas plantas a informática e as fotos. Hoje nosso site se destaca no mercado.

Trabalhei com meu Pai e Tios até os 18 anos, em seguida, trabalhei com meu Pai e irmão por mais uns 3 anos e em seguida, comecei a trabalhar sozinho, com minha esposa, pois havia me casado há poucos anos.
Nesta época, o terreno que me cabia, cedido por meu Pai, ficava pequeno, dos 120 alqueires dos Bisavós, nas divisões, só me restou 8.000 metros, que nem meus eram, eram de meus Pais.
Meu avô teve 10 filhos e seus irmãos, também levas de filhos, ¨Italianos¨, precisava de muita gente na enxada, para cuidar da fazenda. Rsrssss.

Esta área se tornou pequena, também faltava água para irrigar as plantas e me aventurei em uma nova Empreitada, mudei o viveiro radicalmente para uma nova área, fora da área tradicional de viveiros de Limeira.

Neste momento, surgiu o Viveiro Ciprest, que, inicialmente, começou fazendo uns 15.000 mini pinheiros, vendidos em supermercados e também este nome, que hoje não tem muito a ver, pelo meu encanto por coníferas.

Mudei para um sítio maior, propriedade própria de 6,2 hectares.
Porém como estava isolado, foram pelo menos 7 anos, para poder criar nova freguesia, neste período, aumentei muito o leque de espécies, de umas 100 variedades de plantas, para mais de 1500 espécies e variedades, comercializadas durante o ano.

O que nos ajudou nos últimos anos, foi a facilidade de divulgar as espécies via web.
Também sempre estou à disposição para auxiliar pessoas, revistas, etc, que precisam de informações ou material fotográfico sobre planta, o que gera credibilidade.

Sobre credibilidade, nos esforçamos ao máximo, para que o cliente compre determinada espécie e colha os frutos, as flores do que comprou. Infelizmente, hoje é muito comum o gato por lebre no mercado.

De 1995 a 2003, andei fazendo também jardins e alguns projetos. Trabalhei em alguns condomínios famosos com Terras de Sao josé e Vila Real em Itú , Quinta da Baronesa em Itatiba, dentre outros. Trabalhei bastante na região da grande SP até 150 km interior e também Sul de MG. Como utilizava plantas raras e por vários anos, clientes tinham surpresas em seus jardins com as florações que surgiam e até hoje, muitos depois vem atrás para fazer novos projetos e orientações.

Porém não dá para tocar a Ciprest e outra coisa, ela consome todo meu tempo.
Hoje dá até vontade de voltar no Paisagismo, pois com programas como você comercializa, as apresentações são fantásticas e a rapidez que se faz os projetos tendo prática, também é inacreditável, se comparado com a tecnologia da época.



Espécies oferecidas por Ciprest

2 - Pode nos contar sobre os desafios desta profissão? E as realizações?

Formar plantas é sempre um desafio, pois podemos perder todas as mudas de determinada espécie, com uma praga e também podemos perder, por não vender, devido a excesso de produção de determinado item. Também já tive muito prejuízo, quando formava citrus em quantidade, com mudanças na legislação.

Também exigem dedicação integral, não temos domingo, feriado, férias. Temos de ficar de olho sempre nelas, água de mais ou de menos pode matar, bem como formigas podem acabar com 1 lote em uma noite, uma adubação errada também pode prejudicar muito. Mesmo adubação orgânica. Como trabalhamos com plantas de todos os biomas, ficam muito complicados os tratos.


3 - O mercado de plantas, pelo que sabemos, está em plena expansão e, para o futuro do planeta, é fundamental. Qual a sua expectativa para os próximos anos? A tecnologia de produção de plantas tem evoluído? Quais as novidades?

Na parte de árvores nativas, precisamos de muitas mudas para reflorestar, porém é um mercado complicado, muitas pessoas se formam em Engenharia florestal, agronomia, biologia e muitas vezes começam a formar mudas, no básico, precisa de 1 mangueira e 1 terreno com sol.

Estes recém formados fazem a seguinte conta:
Se formar 1.000 mudas e vender a R$ 2,00 ganho R$ 2.000,00 e se formar 500.000 mudas mudas x R$ 2,00 ganho R$ 1.000.000,00. Porém, na realidade, depois que começam a formar, descobrem que existem custos de produção, que também as mudas devem ter qualidade, não basta serem bonitas e viçosas, se forem crescidas em estufas e telados, precisam ser aclimatadas antes da venda, pois precisam ter resistência quando levadas ao campo e 95% destes aventureiros, desistem de formar mudas, pois descobrem uma realidade bem diferente. Desistindo, ten.
Hoje meu filho Gustavo Giacon, é a quinta geração, que vem formando plantas desde 1880.

Foram as exigências perante o Ministério da Agricultura, basta ler a lei sobre sementes e mudas, e ver, que é muito, muito complicado e caro trabalhar corretamente. Empresas grandes, muitas vezes contam com recurso, crédito de carbono e outros e podem vender mais barato, pois parte do valor das mudas são pagos por terceiros. Também existe concorrência de quem está ¨ esquentando dinheiro no mercado.

Desta forma, a Ciprest escolheu formar um pouco de muitas espécies, tanto nativas, como exóticas, como medicinais, para cerca-vivas, quebra-vento, etc. Desta forma, sempre alguma espécie está se destacando e sendo vendida a melhores preços, para cobrir valores menores de outras.

Também formamos todo ano quantidade igual ou menor do que planejamos vender, desta forma, sempre ficam clientes esperando por novas mudas para o ano seguinte, não temos sobras na maioria das espécies.
Também somos uma empresa muito enxuta, não temos estufas, telados, tratores, implementos, nossas mudas são formadas quase que organicamente, a pleno sol ou sombra de árvores, expostas a vento e seca.

Nossa irrigação é feita com mangueiras, nada de aspersores e times, que acostumam a planta com o ¨bão e melhor, água e fertirrigação na hora certa ¨, condições que elas não encontram nas propriedades de quem as compram.
Desta forma, quando os clientes compram as mudas aqui, compram plantas com folhas furadas, amareladas e rustificadas , condições que vão garantir um bom desenvolvimento na propriedade de quem as adquire, resistência a pragas e intempéries.



Pereskia aculeata

4 - A Ciprest exporta plantas? Em caso positivo, para quais países?

Já exportamos de 95 a 97, para Angola, África. Nesta época, um cliente de lá nos procurou e exportamos, em torno de 10.000 mudas frutíferas variadas.
Porém é algo trabalhoso, muita documentação, exigências, que o ideal, seria para quem pretende exportar, formar as mudas para este fim e com as exigências que o País comprador solicita.
Não exportamos mais, pois teríamos de ter uma divisão dentro da Empresa para este fim.
É bem tentador, pois com dólar alto, próximo de R$ 4,00 , retorno é quase 4 vezes maior do que se vendidas aqui dentro.



Fruta do Imperador Chrysophyllum imperiale

5 - Quais as espécies mais comercializadas? Existe uma procura expressiva para plantas nativas?

Hoje comercializamos um pouco de tudo, árvores, trepadeiras, coníferas, medicinais, aromáticas, gastronômicas, repelentes, para inseticida natural, quebra-ventos, cortinas vegetais em paisagismo, arbustos, etc, etc.....

Porém um mercado que estamos trabalhando e incentivando é o plantio de pomares e hortas em pequenos espaços, em quintais de 50 metros quadrados onde incida sol, é possível ter umas 40 frutíferas em vaso e na borda destes vasos, plantar pequenas frutas e hortaliças, como morango, peixinho, azedinha, cebolinha, salsa, etc. É algo que está apaixonando as pessoas e seus filhos, colher as frutas e legumes frescos em casa. Criamos a algum tempo no Facebook o grupo: Plantas em vaso e pequenos espaços.



Árvore salsicha Kigelia pinnata

6 - Como é a logística para a entrega de plantas?

A maioria dos clientes vem buscar elas aqui no viveiro. Geralmente aproveitam a viagem vindo aqui e visitando Holambra ou o Jardim Botânico Plantarum, 2 locais distantes apenas 30 minutos da Ciprest.
Pois vindo aqui, podem escolher as plantas nos lotes, identificados com etiquetas fotográficas.

É comum virem atrás de algumas espécies e saírem com outras que desconheciam e que gostaram mais, durante o passeio a escolha é aqui no viveiro. Para consumidor final, enviamos também embaladas em caixas, via transportadora. Porém as mudas para envio desta forma, devem ser preparadas sem terra e sem folhas, para garantir que não morram e possam ficar vários dias embaladas, sem prejudicar. Enviamos desta forma a quase 20 anos.

O problema é que não temos uma estrutura, para atender a demanda que temos por este serviço, falta pessoal empenhado, que queira aprender, que coloque atenção no serviço.
Não se pode errar, trocar uma etiqueta, colocar uma planta em caixa errada, etiquetar uma caixa para um destino com etiqueta de outro destino, se isto ocorrer, prejuízo é enorme.


7 - Qual seria a sua recomendação para aqueles que se interessam em criar um viveiro de plantas?

O mais complicado é a logística da entrega.
Quando a pessoa está distante , apenas pessoal que compram do Velling Holambra fazem entregas periódicas e algum pessoal de Dona Euzébia MG.
Porém, aconselho a pessoa a comprar um veículo pequeno e vir , pelo menos a cada mês, ou 2 meses, buscar plantas diferentes aqui no viveiro e também em outros de Limeira , Holambra.

Assim, é possível sair da ¨mesmice¨ e oferecer plantas muitas vezes desconhecidas, que quando florirem em sua cidade, e perguntarem onde comprou, a pessoa falará o nome desta nova Floricultura e ela ganhará clientela.



Pitanga do cerrado de transição

Hoje meu filho Gustavo Giacon, é a quinta geração, que Ele trabalha aqui junto, na Ciprest e é o responsável pelas publicações no site e pela maioria das fotos.



Ciprest facebook

ciprest.com.br

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