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Paisagismo no Brasil: plantas de todos os biomas

Autor: Rômulo Cavalcanti Braga - Data: 20/09/2010
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É indiscutível que o Brasil possui uma das mais ricas biodiversidades do mundo. No caso especificamente da flora, é possível citar inúmeras plantas que podem representar as matas brasileiras. A riqueza é tamanha que até o nome do país é originário de uma espécie vegetal, o Pau-Brasil (Caesalpina Echimata).

Como todos sabem, o Pau-Brasil foi o primeiro recurso natural explorado pelos colonizadores portugueses. Dele era extraído um corante vermelho utilizado para tingir roupas. Devido à sua importância econômica em nossa história, no ano de 1961, o então presidente Jânio Quadros o declarou árvore símbolo do Brasil. No entanto, o abundante Ipê Amarelo (Tabebuia Vellosoi), encontrado em todo território nacional, com sua intensa e bela florada, tornou essa escolha bastante polêmica. E mesmo tendo sua flor declarada como símbolo do país - também por Jânio Quadros , muitos questionam qual das suas arbóreas melhor representam o país.

Brazilwoodriobotanicgarden.jpg

Vale ressaltar que essa discussão gira em torno apenas de árvores. Imagine se fossem consideradas todas as plantas da flora brasileira. Certamente o número de candidatos seria muito maior e a escolha se tornaria ainda mais difícil. Pensando nessas riquezas que é tão diversificada e se encontra distribuída em todo território nacional, nada mais justo do que apresentar algumas das espécies mais representativas de cada uma das regiões brasileiras. Afinal é comum identificarmos um local por sua vegetação. Temos por exemplo vários exemplares de enorme sucesso no exterior e que infelizmente aqui não passam de ilustres desconhecidos. Tomemos por exemplo a Begônia Negra (Chrysothemis Pulchella) nativa da região norte, poucas pessoas a conhecem e infelizmente não temos quem as produza comercialmente aqui.


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Temos também a Arroeirinha (Schinus Terebinthifolius Raddi) muito conhecida e utilizada no exterior para decoração de natal, alimentação e por seus efeitos fitoterápicos. A sua ocorrência no Brasil se dá de norte a sul em áreas de restingas e matas de galeria.


By H. Zell - Own work, CC BY-SA 3.0, w/index.php?curid=55240785

Região Sul - Quando pensamos na vegetação dos estados sulistas normalmente citamos a Erva-Mate e espécies dos pampas gaúchos e das matas de Araucárias, apesar de não serem únicas. Isso acontece porque são biomas característicos da região, que acabam se tornando uma referência extremamente forte. Há também a orquídea Laélia Purpurata que também é endêmica na região.

Região Sudeste - Nos estados do Sudeste também é possível encontrar diversos biomas, pois afinal não há uma linha limítrofe que separa completamente as cinco regiões do país. Nessa região podemos citar espécies de grande valor paisagístico como por exemplo, os Manacás da Serra e de Cheiro, os Ipês, o Jerivá, a Juçara, o Jequitibá Rosa, o Pequi, temos também a orquídea Cattleya Warneri.



Jerivá

Região Centro-Oeste - Assim como nas outras regiões brasileiras pode-se encontrar diferentes biomas em cada estado. Temos assim o Buriti, a Cagaita, o Araçá, a Esponjinha, a Sempre-Viva, a Guariroba, o Ipê Amarelo, o Jatobá do Cerrado, o Jerivá, o Pequi, o Baru, o Barbatimão dentre outras tantas que servem muito bem ao paisagismo.


Ipê amarelo
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Região Norte - A floresta amazônica se estende pela maior parte dos sete estados que compõem a região, nela temos algumas variações de biomas como matas de terra firme, várzeas e de igapó. Ali encontramos em abundancia as palmeiras como Açaí, Buriti, Inajá, Pupunha, Piaçava dentre outras tantas. Temos também a Aninga-do-Pará, o Antúrio Amazônico, a Andiroba, a Castanha-do-Pará, a Chuva-de-Ouro-da-Amazônia, o Pau-Rosa e uma infinidade de bromélias e orquídeas.


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Açaizeiro

Região Nordeste - A Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado são os biomas encontrados no nordeste. Com essa grande diversidade, o número de plantas é muito grande e bastante distintos entre si. Posso citar aqui alguns exemplares como o Mangue-Siriúba, o Mangue-Branco, que são típicos do litoral. O Mandacaru, Umbuzeiro, Xique-Xique, Juazeiro, Jurema, Oiti, Oiticica, Emburana-de-Cambão no interior.


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Mandacaru

No nordeste são muito apreciadas as palmeiras como o Coqueiro, a Carnaúba, a Macaúba, o Babaçu, dentre outras. Como pode-se notar nesse pequeno relato, não cheguei a mencionar nem uma décima parte dos nossos exemplares nativos, que infelizmente são esquecidos e / ou rejeitados no paisagismo, dá-se preferência a exemplares alienígenas importados do exterior por preços exorbitantes.


babaçu

Penso então que deve faltar conhecimento, interesse, criatividade, ousadia e, até por que não dizer, patriotismo por parte dos profissionais que militam na área do paisagismo. Necessitamos urgentemente do renascimento de novos "Burle Marx" no país para explorar e fazer emergir as nossas riquezas ocultas.

contato: romulocbraga@uol.com.br

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Comentários

23/12/2010 13:34:19

Olá! Quero comentar que sou produtor de Begônia Negra (Chrysothemis Pulchella) e esta planta cresce na propriedade da família a mais de 4 décadas. Tenho rizomas dispoíveis.

23/12/2010 13:34:13

Olá! Quero comentar que sou produtor de Begônia Negra (Chrysothemis Pulchella) e esta planta cresce na propriedade da família a mais de 4 décadas. Tenho rizomas dispoíveis.

16/11/2010 13:45:18

Muito bom mesmo...ótimo.Estava precisando de informações sobre paisagismo e agora consegui.
Parabens !!!

24/09/2010 17:37:16

ótima matéria !! belíssimas fotografias!!! Parabéns...

21/09/2010 12:37:06

Agradeço a correção do nome científico ao amigo Erich e informo que no meu texto o nome está correto, deve ter havido a falha na trancrição do mesmo para divulgação. E quanto a opinião da Dona Ida, infelizmente ainda temos que conviver com essa triste realidade no nosso dia-a-dia, mas comparo o nosso trabalho no presente às pequenas gotas de orvalho. Mas em um futuro próximo, pode ser que consigamos mudar essa nossa realidade para um país melhor e conciente de suas riquezas ocultas. Abraços a todos.

21/09/2010 12:00:18

Me permita uma correção, a begônia negra tem como nome científico Chrisosthemys pulchella. Parabéns por mais este texto, gostei muito.

21/09/2010 11:04:01

Não há como fazer o contrário, na nossa opinião. É o Pau-brasil e que deveríamos por a mão na massa para te-la aos milhares novamente. Com, muito orgulho e exemplo de recuperação, superação e atitude, para os que daqui exploraram.

21/09/2010 11:01:43

Viva o dia da árvore !!! BELA MATÉRIA RÔMULO!!
Por isso sugeri à Regina que fizessemos uma CONEXÃOPRODUÇÃO aqui no paisagismodigital.
Há um grupo de pessoas na cidade de MG Lassance, e mais seis no mesmo estado chamado Comunidade Sempre Viva que estão dando um exemplo para muito, mas muito mesmo em como sobreviver no campo, na vida da qual apreciam e sustentavelmente após queimarem árvores para do carvão retirarem seu sustento. Como por exemplo da árvore Baru. E do Pequi. Do Baru é agregado valores em Goiania se não me engano, muito distante uns 700 km. Poderia haver mais Comunidades assim, e mais apoio no benefiaciamento. Eles contam com NÓS.
Ida Terron
arquiteta urbanista paisagista
ambientalista
Gostaria de colocar no facebook a matéria e usar a foto , posso?




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