Essa técnica eficaz de fitofiltragem das águas cinza, aquelas já utilizadas nas pias, chuveiros e tanques são empregadas para dar descarga no vaso sanitário, para lavar calçadas e carros e para o resfriamento de ar condicionado , são despoluidas através da instalação dos jardins filtrantes, onde as plantas são o principal agente de tratamento de poluição.
Os jardins filtrantes são desenvolvidos pelo engenheiro francês Thyerry Jacquet, da Phytorestore que desenvolveu vários projetos na China, França e até mesmo no Brasil, nas cidades de Curitiba e em Campinas.
Muitos destes projetos foram premiados em concursos internacionais. Esta reutilização garante uma economia de 50% no volume total de água limpa e o sistema de esgoto passa a receber apenas metade da quantidade tradicional. Além da economia de água, há o embelezamento das cidades, de uma forma perfeitamente ecológica.
Jardim filtrante em Wuham - China (Reprodução Phytorestore)
A boa notícia é que Thierry Jacquet , o idealizador da tecnologia chamada de jardins filtrantes, tratamento ecológico da água, solo e ar feito através das raízes de plantas locais que foi utilizado no tratamento das águas do Rio Sena, na França, esteve em Recife, estudando a implantação deste paisagismo funcional em trechos do Rio Capibaribe.
Uma das principais características da tecnologia é que ela utiliza a raiz de flores e plantas para filtrar os poluentes químicos da água. Desse modo, a água pode ficar semi-potável, com aspecto de piscina, dependendo da área em que o método for aplicado.
Segundo Jacquet, a ação também tem efeito educacional. Muitos tipos de plantas locais podem ser utilizadas, além de flores. O problema de esgoto atinge todas as cidades do Brasil, e isso é uma reconquista desse rio. No Brasil, de 30 a 40 tipos de plantas poderiam ser usadas como filtro, para tratar nossos rios em áreas urbanas, dependendo de sua capacidade de filtragem.
Exemplos de jardins filtrantes - (Portalarquitetonico)
Para isso são utilizados filtros em diferentes tamanhos e tipos. Entre as particularidades da tecnologia é que ela não apresenta cheiro e não incomoda quem mora perto de onde o método é aplicado. Segundo Marcelo Ferraz, representante da empresa no Brasil,Todo mundo quer ter tratamento de esgoto, mas ninguém quer ter uma estação de tratamento perto da sua casa, porque o bairro fica poluído. A parte folhar das plantas também não acumula poluição Segundo ele, a raiz é podada após filtrar a poluição.
Outro ponto positivo é que a manutenção dos jardins filtrantes é semelhante a de um jardim comum, chegando a 20% do valor dos métodos tradicionais de limpeza de afluentes.
Há três anos em atividade no Brasil, a empresa já implantou o projeto em empresas, uma delas de cosméticos, para despoluir a água usada na produção industrial.
Segundo os ambientalistas, no entorno das áreas públicas em que os jardins foram montados, houve uma revitalização inclusive das moradias. Na França, no local onde o Sena foi restaurado, tinham áreas ruins de morar, com muitos pontos de consumo de droga. Depois da limpeza dos rios, houve uma diminuição imediata do mal cheiro, um resgate e uma melhoria na qualidade de vida enorme, comenta Ferraz. O Parc Du Chemin de Lille, idealizado por Thierry Jacquet e pela equipe da Phytorestore, foi implantado em uma área de um antigo depósito de lixo, próximo à margem do rio Sena.
O projeto utiliza o parque para despoluir o rio através de um sistema de fitorestauração. Uma técnica aparentemente simples que pode trazer muitos benefícios para o meio ambiente.
(portalarquitetonico)
O tratamento dos resíduos é feito por meio de uma sequência de jardins encantadores, formados por diversos tipos de plantas aquáticas. As paisagens parecem que saíram diretamente dos quadros impressionistas de Monet de tão belas!
Cada jardim possui plantas com raízes capazes de absorver e filtrar determinados tipos de resíduos, promovendo assim uma etapa do processo de despoluição da água.
(portalarquitetonico)
E ai você se pergunta, como as plantas sobrevivem depois de absorver tanta sujeira? As espécies de plantas utilizadas têm uma particularidade, elas não fazem bioacumulação. Ou seja, elas fazem com que toda a poluição seja tratada apenas nas raízes. Desta forma, não há substâncias ou poluição que cheguem aos tecidos e às contaminem.
Jardim filtrante no Sena (blogdaora)
Esse projeto é referência em todo o mundo, pois consegue devolver água rica em oxigênio ao rio, quase potável e recomendada apenas para banho. Além disso, com essa iniciativa surgiu uma nova solução inteligente para o caso que aflige cidades do mundo inteiro.
Jardim filtrante no Sena (blogdaora)
A técnica de Wetland ou biorremediação
Copiar os alagados é uma tática que dá certo e evita estações mal cheirosas. Esta técnica é chamada de wetland construída ou biorremediação ou phitorrestauração.
Em Auroville, na Índia, ela trata até o esgoto, em um sistema planejado e integrado com a luz solar e biodigestores, batizado de living machine, pelo biólogo John Todd, seu criador.
Os biodigestores são câmaras fechadas, capazes de acelerar a assimilação dos nutrientes. Eles servem também para capturar o gás gerado no processo e reaproveitá-lo na cozinha ou no aquecimento do banho ou da moradia.
O Instituto Ambiental é um grande difusor desta opção, que define como biossistemas integrados, e ensina comunidades brasileiras a usá-la, para manter suas águas longe de poluição. Tanto em pequena escala, como em uma casa ou sítio, quanto em condomínios de milhares de unidades.
Fontes: http://phytorestore.com.br/ http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2014/09/no-recife-paisagista-que-idealizou-jardins-filtrantes-visita-rio-capibaribe.html http://www.blogdaor.com.br/jardins-filtrantes-uma-solucao-surpreendente/
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