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BRASIL: A PUREZA QUE AINDA NOS RESTA

Autor: Rômulo Cavalcanti Braga - Data: 13/09/2013
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O Brasil é uma jóia rara! Não é à toa que os olhos do mundo estão voltados para as belezas daqui... Além de um povo alegre e hospitaleiro, que consegue manter o sorriso no rosto apesar das tantas dificuldades, temos os ecossistemas mais exuberantes, um litoral com nove mil cento e noventa e oito quilômetros de extensão, com praias paradisíacas e muitas ainda em estado selvagem, sem falar nas chapadas mais suntuosas, a fauna e flora mais diversificada e alguns exemplares raros, fartura de pedras e metais preciosos em nosso subsolo e por aí segue uma lista interminável de riquezas naturais, culturais e folclóricas inigualáveis e, infelizmente, ocultas.


Cachoeira em Presidente Figueiredo - Amazonas

Lamentavelmente, vivemos em um país que ainda é pouco conhecido pelo seu próprio povo. Poucos são os brasileiros que procuraram explorar de forma sustentável, discernir dúvidas e afastar os véus que encobrem as lendas e os fatos sobre os biomas de nossa flora e fauna.
Não são poucos os exemplares de nossa flora que foram retirados de nossas matas e levados para o exterior, onde fazem grande sucesso de vendas com até (pasmem) lista de espera, e aqui não passam de ilustres desconhecidas e não há quem as produza para consumo interno. Entre tantas, posso citar aqui a Sinningia Guttata, a Chrysothemis Pulchella, a Stachytarpheta.


T. Cocoensis (em extinção)

Na família Bromeliaceae, o gênero Tillandsia é o que tem maior numero de espécies, distribuídas em toda região neotropical. São plantas caulescentes ou acaulescentes, epífitas ou rupícolas. Economicamente, as citadas anteriormente e as Bromeliaceas, interessam principalmente como plantas ornamentais, medicinais e produtoras de fibras.

As Tillandsias podem ser utilizadas como bioindicadoras da qualidade do ar, por absorverem substâncias tóxicas que se acumulam em seus tecidos, demonstrando externamente os graus de intoxicação a que são submetidas pela poluição atmosférica.

Sete espécies de Tillandsias estão listadas pela CITES (Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora - Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção), em seu Apêndice II, por se encontrarem em risco de extinção: a Tillandsia Xerográphica, Tillandsia Harrisii, Tillandsia Mauryana, Tillandsia Kautskyi, Tillandsia Sprengeliana e Tillandsia Sucrei. Estas três últimas: Tillandsia Kautskyi, Tillandsia Sprengeliana e Tillandsia Sucrei, são brasileiras.


T. Grazielae (em extinção)

Já a Base de Dados Tropical lista espécies da flora bromelícola brasileira ameaçadas de extinção, tendo como fonte de informações a Internacional Union for Conservation of Nature and Natural Resources - The World Conservation Union (União Internacional para Conservação da Natureza e Dos Recursos Naturais - A união para Conservação Mundial), a Fundação Biodiversitas/MG, e a Secretaria do Meio Ambiente e do Estado de São Paulo.
Aqui as Tillandsias citadas são: Tillandsia Aeris-Incola, Tillandsia Brachyphylla, Tillandsia Carminea, Tillandsia Grazielae, Tillandsia Kautskyii, Tillandsia Linearis, Tillandsia Lorentzina, Tillandsia Nuptialis, Tillandsia Reclinata, Tillandsia Seideliana, Tillandsia Spiculosa, Tillandsia Sprengeliana, Tillandsia Sucrei e Tillandsia Xiphioides.


T. Kautskyi (em extinção)
https://www.brazilplants.com/bromeliaceae/tillandsia-kautskyi.html

Em 1997, o pesquisador Orlando Graeff sugeria que fosse dada atenção especial às Tillandsias Carminea, Grazielae e Reclinata. As duas últimas espécies endêmicas de Petrópolis, RJ. Novamente em 2001, Graeff (Comunicação Pessoal) chamou a atenção para o fato de alguns desses exemplares terem sua ocorrência em afloramentos rochosos muito íngremes e quase desvegetados, formando populações densas, mas restritas do ponto de vista de sua propagação. Esses espécimes ainda não foram suficientemente caracterizados.


T. Sprengliana (em extinção)
Fonte: Flick

Da Tillandsia Carminea, W. Till, descreve-a a partir de elementos isolados, não se conhecendo sequer o seu habitat. Nas regiões sul e sudeste, onde se concentra a maior produção de Bromélias do país, nenhuma dos espécimes ameaçados de extinção é encontrado em cultivo. Paralelamente no exterior, é cada vez mais forte a procura destas plantas para o consumo: há um mercado efervescente, com a formação de Clubes, Associações, Federações de Colecionadores e Produtores de Bromélias, com grande ênfase para as Tillandsias. Eles têm adesivos especiais para montagens de arranjos e insumos específicos para fertilização das plantas.

Já aqui no Brasil, nada se encontra a respeito destes exóticos e magníficos espécimes. Eu, pessoalmente, tenho me empenhado em fazer um Blog com Fichas Técnicas de cada espécie de Tillandsia, quando pesquiso uma variedade, raramente encontro alguma informação a respeito da planta e, às vezes, alguma foto. A meu ver, a melhor forma de preservação e a conseqüente perpetuação dos espécimes está nas mãos dos colecionadores que, infelizmente aqui no nosso pais ainda são alguns poucos abnegados, que vêm lutando desesperadamente para conseguir adesivos e insumos através de importações ou tentando adaptações dos materiais disponíveis no mercado interno.

contato: romulocbraga@uol.com.br
http://tillandsiasraras.blogspot.com.br/

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