O Brasil é o país de maior biodiversidade do Planeta, sendo considerado pela Conservation International (CI) como megabiodiverso, ou seja, país que reúne ao menos 70% das espécies vegetais e animais do Planeta (Fonte:IBAMA). Sua flora é uma das mais ricas do mundo, com aproximadamente 45.000 espécies de plantas já descritas. E estima-se que ainda há muitas espécies a serem descobertas, mas que podem se tornar extintas antes mesmo que saibamos de sua existência, caso continue os atuais níveis de desmatamento.
Esta diversidade está distribuída em diferentes biomas nas regiões brasileiras. De forma simplificada, biomas são regiões com características climáticas e geológicas similares que abriga uma diversidade de seres vivos adaptados às suas condições ambientais. No Brasil podemos distinguir sete biomas: Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Campos sulinos, Pantanal e Costeiros (veja no mapa abaixo a distribuição destes biomas no território brasileiro).
Fonte:Ibama
Porém, à exploração da natureza, a derrubada das florestas pelo crescimento das cidades, abertura de estradas, usinas hidrelétricas, campos para a agricultura, dentre outras questões têm alterado estes biomas e diminuído significativamente sua cobertura vegetal. Dentre estes, a Mata Atlântica e o Cerrado estão entre os mais ameaçados, tendo sua área reduzida a fragmentos.
Cada bioma possui suas peculiaridades, suas belezas e seu potencial paisagístico. O paisagismo é um dos segmentos que trabalham diretamente com o meio ambiente e um dos responsáveis pela sua conservação. E para se trabalhar com a natureza, é preciso entender, pelo menos um pouco, os processos e as relações ecológicas entre seus componentes. Para isso, é preciso observar, estudar e copiar a natureza, respeitando a harmonia que foi alcançada através de milhares de anos de evolução e adaptação.
Um dos importantes conceitos que têm sido muito utilizado nesta época de grande preocupação ambiental é sobre o uso de plantas nativas. Utilizar plantas nativas como ornamentais não deve ser considerado somente como modismo e não deve-se dizer isso apenas para repetir o que os ambientalistas alertam. Espécies exóticas, ou seja, espécies que não são nativas do ambiente em que estão sendo cultivadas, são capazes de alterar sistemas naturais de tal forma que podem até causar a extinção de espécies nativas. Por isso, plantas invasoras são hoje consideradas uma das maiores ameaças mundiais à biodiversidade, perdendo somente para a destruição de ambientes pela exploração humana direta. Como exemplo de espécies exóticas que se tornam invasoras pode-se citar o beijinho ou maria-sem-vergonha (Impatiens walleriana) e também o lírio-do-brejo (Hedychium coronarium) que vemos infestar bordas de fragmentos florestais de Mata Atlântica, enquanto na verdade estas espécies são da África e Ásia respectivamente, e as plantas nativas que deveriam estar ali? O que aconteceu com elas?
Além disso, a utilização de plantas nativas facilita a manutenção dos jardins, uma vez que estão adaptadas ao clima, as condições hídricas e do solo da região. E consequentemente, se gastará menos recursos do que se gasta tentando copiar o ambiente de origem daquela planta. Vale ainda ressaltar, que muitas vezes o conceito de plantas nativas e exóticas têm sido utilizado de forma errônea. Pois, para se fazer um projeto com plantas nativas deve-se utilizar plantas da região em que está trabalhando, se por exemplo, em uma região de Mata Atlântica usar plantas da Amazônia, é preciso entender que ainda assim você estará usando plantas exóticas em seu projeto. Cada local tem suas plantas nativas próprias, uma planta da Amazônia é nativa do Brasil mas não significa que ela é nativa da sua região.
Portanto, reflita, se instrua e valorize o bioma da sua região. Lembre-se que a nossa flora é a mais rica do mundo e use e abuse das belezas de nosso país. O Brasil é um país bonito por natureza que precisa da ajuda de todos para ter suas riquezas naturais preservadas!
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