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Plantas ornamentais em risco de extinção: Orquídea Cattleya eldorado Linden

Autor: Pedro Ivo Soares Braga - Data: 05/10/2010
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Artigo baseado na pesquisa AVALIAÇÃO DO STATUS DE CONSERVAÇÃO DA Cattleya eldorado Linden, UM ESTUDO DE CASO

Considero como plantas ornamentais todas as plantas que possuem potencial florístico ou paisagístico. Entre elas cito as orquídeas, bromélias, tajas, as bananeiras do tipo das helicôneas, os cactos, as plantas produtoras do Chapéu do Panamá, palmeiras, entre outras.

As Orchidaceae, em especial, ocorrem predominantemente nas áreas tropicais e possuem aproximadamente 15.000 a 35.000 espécies (WITHNER, 1959; BRAGA, 1987B), o que denota uma alta diversidade de formas e adaptações. Por ser uma família de grande interesse comercial, uma vez que muitas de suas espécies são altamente ornamentais, atrai o interesse de inúmeros amadores. O seu maior desenvolvimento deu-se no Brasil, que possui cerca de 190 gêneros e 2.300 espécies nativas (PABST & DUNGS, 1975; 1977), perdendo apenas para a Colômbia.

Vários são os fatores que influenciam na sua distribuição. BRAGA (1987B e 1982B,) A seguir discriminamos esses fatores.



Na Amazônia brasileira ocorrem inúmeras espécies de orquídeas com potencial ornamental. A maioria delas possui o hábito epífito.
São as últimas plantas que colonizam um ecossistema. Na maioria das vezes, como já mencionado, possuem hospedeiros específicos, denominados de forófitos e muitas delas são fiéis a determinados tipos vegetacionais, funcionando como bioindicadoras das condições da preservação desses. Por outro lado, possuem grande valor comercial na floricultura, tornando-as, na natureza, extremamente vulneráveis à extinção (MADSON, 1977).

A floresta amazônica constitui-se de um complexo vegetacional. Nesse sentido as orquídeas não se distribuem uniformemente em todos os ecossistemas. HOEHNE (1949) menciona sua raridade na Floresta de Terra Firme. DUCKE & BLACK (1954), citam sua profusão no Igapó e nas Campinas. BRAGA (1982B), cita 64 gêneros, 155 espécies e 1 híbrido natural da família das orquídeas, para as Campinas da Amazônia brasileira. Nas Várzeas amazônicas também ocorrem muitas epífitas, principalmente na Hevea brasiliensis Muell. Arg. (Seringueira), um dos forófitos deste tipo vegetacional. Dos Campos de Terra-Firme, existem informações escassas.

Usualmente, nos inventários florestais de interesse madeireiro ou extrativista, as plantas ornamentais de modo geral e as orquídeas ou quaisquer outras epífitas não despertam nenhum interesse, não sendo sequer registradas suas ocorrências. Inventários florísticos na Floresta de terra firme, ainda que feitos por botânicos, têm poucos registros da coleta destas plantas. Quando forem feitas coletas no norte, sudeste, sul e sudoeste da Amazônia brasileira, e nas áreas de ocorrência da Bertholletia excelsa Humb. & Bompl. (Castanha do Pará), um forófito, que abriga um grande número de epífitas, deverá ampliar estes números, Infelizmente estas áreas estão sob forte pressão de colonização e muitas plantas ornamentais, entre elas orquídeas, poderão ser extintas, antes mesmo de serem descritas pelos botânicos.

A Cattleya eldorado Linden que ocorre predominantemente na vegetação de Campina é uma das mais ornamentais orquídeas amazônicas, que vem tendo suas populações continuamente depauperadas por vários anos seguidos.



Para poder fazer uma estimativa da sua situação, minha orientada de doutorado Eliana Fernandez Storti, a estudou como tema de tese.



Criou-se uma tabela de pontuação que define o risco de extinção de espécie:



Conclusão: Observados estes critérios houve o enquadramento de Cattleya eldorado nas categorias de espécies ameaçadas de extinção, propostos pela União Mundial para a Natureza, modificado de Lins et aI. (1997), de acordo com FERNANDEZ (2008) e a pontuação apresentada.


A metodologia aqui utilizada traz como vantagem a fácil coleta de informações o que permitirá, no futuro, a replicação dos resultados e, dessa forma, será possível fazer uma avaliação do "Status de Conservação" de várias espécies da família Orchidaceae, o que trará como vantagem a possibilidade de manejar essas populações de orquídeas, com o planejamento e implantação de programas de manejo de suas espécies que apresentem "Status de Conservação" desfavorável.

Pedro Ivo Soares Braga

contato@orquiedasdaamazonia.com.br


Possui graduação em História Natural pela Universidade Santa Úrsula (1973), Mestrado em Ciências Biológicas (Botânica) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1976) e Doutorado em Ciências Biológicas (Botânica) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1982). Atualmente é professor Titular aposentado da Universidade Federal do Amazonas.
Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Taxonomia - especialista na Família Orchidaceae, Biologia Floral, Fitogeografia - Fitossociologia, Conservação Ambiental, Estudos de Impactos Ambientais, Recuperação de áreas degradadas.



Mais informações sobre Orquídeas , consulte o site http://www.orquideasdaamazonia.com.br

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