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Ilha de Marajó, santuário ecológico amazônico

Autor: Rômulo Cavalcanti Braga - Data: 06/06/2012
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Maior ilha flúvio-marinha do mundo, a Ilha de Marajó é banhada pelo oceano Atlântico e pelos rios Amazonas e Tocantins, palco da mais famosa pororoca do mundo e fenômeno de formação de ondas gigantescas no encontro da águas.
Ela pode ter sido o primeiro ponto do território brasileiro a ser visitado pelos europeus dois anos antes da expedição portuguesa chegar a Cabrália, mas se o cartógrafo e navegador Duarte Pacheco Pereira passou mesmo por aqui, se fez desapercebido.De acordo com o Tratado de Tordesilhas, pisava em território espanhol.


igarapé

Marajó foi habitada por diversas tribos indígenas, dentre eles, os aruãs, tribo mais numerosa e mais valente, de onde foram expulsos pelos Caraíbas.
Os índios encontravam na ilha o ambiente ideal para viver e trabalhar a sua arte de desenhos geométri cos, que hoje é distribuída pela Europa e América do Norte. A ilha também se destaca por sua cultura, danças do carimbó e lundu e a cerâmica marajoara, além de também ser conhecida como a terra dos búfalos, devido à enorme população de búfalos, que é maior do que a de habitantes.


campo seco
CLIMA - O clima na Ilha é de chuva, muita chuva. Portanto, a melhor época para se visitar a Ilha vai de junho a janeiro, período em que não chove tanto, tornando os passeios mais fáceis de serem praticados. Nos outros meses, a Ilha fica praticamente alagada, devido ao imenso volume de chuva.


alagados

ASPECTOS NATURAIS - Pouco conhecida, a Ilha de Marajó é um dos mais preservados santuários ecológicos da Amazônia, tendo como meios de transporte mais comuns, pesando cerca de meia tonelada, o búfalo.
Suas belezas naturais se dividem entre a planície coberta de savana e as d ensas florestas. Praias de rio, lagos de diversos tamanhos, igarapés, dunas, florestas e uma rica fauna fazem da Ilha de Marajó um dos maiores santuários ecológicos. Os cenários são transformados de seis em seis meses, devido à grande quantidade de chuva, principalmente no primeiro semestre, quando as matas e os campos ficam embaixo das águas. No segundo semestre, o período da seca acaba e a visitação se torna mais favorável pela melhor observação dos animais e da vegetação. Praias com dunas claras, praticamente inexploradas são os grandes atrativos.


ACESSO - Para chegar na Ilha, o ideal é pegar um avião até Belém, e daí pegar um barco até a Ilha. De carro, há um ferry-boat que sai diariamente de Belém até Camará, e de Camará para Soure, aonde é necessário pegar uma balsa que atravessa o rio Paracauari.
Dividida em 12 vilas pontilhadas por matas, rios, campos, mangues e igarapés, forma um cenário perfeito para quem pretende desvendar um pedaço quase intacto da selva amazônica. É nesta área que estão as melhores praias - do Pesqueiro, Barra Velha e Joanes -, além de boa parte dos 250 mil habitantes da região.

MUSEU DO MARAJÓ - O Museu do Marajó guarda relíquias em cerâmica estilizada. Com tanta diversidade, Marajó promove experiências únicas. A mais interessante delas é montar no lombo de um búfalo para um passeio. Símbolos da ilha, os animais são vistos em grandes manadas nas extensas planícies ou dispersos nas modestas áreas urbanas, onde são usados como táxi e montaria para a polícia.
No Carnaval, fazem sucesso puxando carroças equipadas com caixas de som, numa versão local dos trios elétricos baianos. Habitat de grande variedade de peixes e pássaros, o arquipélago oferece muitas atividades em meio à natureza, realizadas nas fazendas. Entre elas estão observação de guarás - ave típica de penas vermelhas -, pesca, a focagem de jacarés e passeios de barco pelos igarapés.
Os fãs dos esportes de aventura também se divertem na área com a prática de caminhadas na selva, rafting e ciclismo pelas praias. As surpresas se fazem presentes também na gastronomia, que tem a carne de búfalo - claro! - como grande destaque.
Os pratos mais apreciados são o Filé Marajoara, servido com mussarela de búfala derretida; e o Frito do Vaqueiro, que traz fraldinha ou minguinha (carne da costela) cozidos e acompanhados de pirão de leite. Também merecem destaques o caldo de Turu, um molusco típico do mangue; e as suculentas peixadas.
Para a sobremesa, aposte nos sorvetes de frutas exóticas como Uxi, Bacuri, Taperebá e Cajarana.



uxi Saccoglotis uchi

cajarana - Spondias sp

Os encantos da região se refletem também na cultura. Uma das heranças mais ricas deixadas pelos índios marajoaras é a bela arte da cerâmica estilizada.
Para apreciar os trabalhos, siga para o Museu do Marajó, localizado na modesta Cachoeira do Arari, uma cidadezinha escondida no meio da mata. Construído numa antiga fábrica de óleos, o espaço tem um rico acervo que guarda desde vasos, jarros e utensílios de cozinha à urnas funerárias. Quando o assunto é dança, o carimbó e o lundu surgem absolutos.
Autênticos da região, os passos foram inspirados em manifestações de origem africana e indígena. Antes de viajar, escolha bem a época, já que calor e chuvas são características comuns do Pará se intercalam no calendário. No primeiro semestre chove quase todo dia, alagando campos e florestas e impedindo algumas travessias. A vantagem é que a temperatura fica mais amena. No resto do ano, no período de seca, os termômetros batem facilmente os 40 graus. O consolo é que a água já baixou e fica mais fácil circular pela região.

romulocbraga@ul.com.br

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