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BARBATIMÃO (Stryphnodendron Barbatiman) a farmácia do sertão

Autor: Rômulo Cavalcanti Braga - Data: 14/09/2012
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Não nos surpreende a notícia divulgada hoje, que fala a respeito dos efeitos terapêuticos do Barbatimão (Stryphnodendron Barbatiman).



Essa árvore é velha conhecida dos caboclos e desse missivista que conhece os seus poderes como cicatrizante. Seu extrato é tão poderoso que é muito utilizado nas fazendas do interior para curar frieiras, bicheiras, pisaduras e cortes em geral do gado
Barbatimão é uma árvore originária do cerrado brasileiro, predominante no Norte e Nordestre do Brasil. Seu nome é derivado de um termo indígena que significa a árvore que aperta. Suas propriedades adstringentes devem-se a compostos químicos chamados de taninos. Por essas propriedades, a planta é utilizada em indústrias de curtumes e outrora era muito procurada por prostitutas, daí o nome casca da virgindade. A casca do barbatimão produz matéria tintorial vermelha.
Como ele existem muitos outras espécies que infelizmente ainda não têm o seu poder terapêutico comprovado, mas também são muito utilizados pelos sertanejos.



Transcrevo abaixo a notícia divulgada hoje nos principais matutinos do país.
Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ) comprovaram pela primeira vez que uma planta - o Barbatimão - inibe os efeitos do veneno da surucucu, uma das mais letais e a maior serpente venenosa da América do Sul.
A descoberta pode facilitar a produção de um soro e baratear os custos do antídoto. Entre 2001 e 2006, 1.200 pessoas morreram no Brasil picadas por cobras, segundo dados da Fundação Nacional de Saúde. No mundo, ocorrem 100 mil mortes anualmente.



O Barbatimão (Stryphnodendron Barbatiman) é uma árvore do cerrado brasileiro que alcança até seis metros de altura. Povos nativos, índios, caboclos e mateiros, que não têm acesso ao soro antiofídico, utilizam essa planta contra picada de cobra. A crendice popular já apontava para uma ação antiofídica. Faltava a comprovação científica, explicou o bioquímico André Fuly, professor do departamento de Biologia Celular e Molecular da UFF, que orientou a tese de mestrado em neuroimunologia de Rafael Cisne de Paula. Durante o trabalho de De Paula, ele conseguiu comprovar que o barbatimão inibiu quatro efeitos provocados pelo veneno de surucucu - hemorrágico, coagulante, hemolítico (destrói glóbulos vermelhos do sangue) e proteolítico (reação de decomposição das proteínas).
Nos testes feitos com camundongos, observou-se um efeito protetor de hemorragias - todos os animais que ingeriram a planta em forma de chá e depois foram inoculados com o veneno não tiveram sangramentos. Isso pode ser útil para quem vai trabalhar na mata e poderia beber o chá como precaução, observa Fuly.
O Barbatimão já é reconhecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por sua ação cicatrizante e é usado em forma de chá ou emplastro. Os pesquisadores da UFF testaram os efeitos do extrato da planta injetável.
Mas ainda é cedo para se falar em soro fitoterápico. Os cientistas ainda têm de fazer outros testes para outros efeitos do veneno da surucucu, como o miotóxico (capacidade de lesar os músculos).
O soro antiofídico que se utiliza hoje tem alto custo de produção e distribuição e não inibe todas as ações do veneno. Se o indivíduo não morre, pode ficar com seqüelas. Também tem um índice de reação alérgica bastante grande - de 30% a 40% dos casos, afirma Fuly. É por isso que existe um trabalho árduo na busca por tratamentos mais eficazes. Nosso objetivo, a partir dos resultados promissores, é chegar à produção de um soro fitoterápico com propriedade antiofídica.
Contato: romulocbraga@uol.com.br
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Comentários

22/09/2012 11:58:49

Agradeço aos amigos os comentários elogiosos. Isso só me faz incentivar a procurar me aprofundar cada vez mais na área. Muito obrigado. Rômulo

19/09/2012 14:32:09

Maravilhoso artigo




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