Uma bela história que merece ser divulgada e servir de incentivo a outras comunidades em situação de degradação ambiental. Não basta reclamar e esperar dos órgãos públicos a solução dos problemas ambientais! Nós, cidadãos, também temos nossa responsabilidade e precisamos nos unir e pensar em soluções ao nosso alcance. Dado o primeiro passo... outros virão!
História do Parque Sitiê
Antigo sítio de uso comunitário a área do que é hoje o Sitiê foi ocupada por habitações irregulares mais de 2 décadas atrás. No período do Favela Bairro, a Prefeitura do Rio de Janeiro desocupou as casas e as destruiu. Entretanto, não retirou a grande quantidade de entulho proveniente da demolição, o que associado a baixa frequência de coleta de lixo no Vidigal contribuiu como forte incentivo para que os moradores da áreas próximas jogassem ali seu lixo doméstico. Oito anos atrás, no momento de maior degradação, em que o antigo espaço acumulava 16 toneladas?de lixo, dois dos moradores mais próximos da área, Mauro Quintanilha e Paulo César Almeida, se revoltaram e decidiram começar a limpeza por conta própria. Contando posteriormente com o apoio de outros moradores organizaram mutirões e após seis anos retiraram a maior parte do lixo em seguida rebatizando o lugar de Sitiê, a síntese de Sítio com Tiê-sangue, pássaro nativo de grande beleza e sagacidade que caracteriza o local. Em 2011, Mauro e Paulo intensificaram suas ações e começaram a trabalhar com as atividades de reflorestamento, reciclagem e paisagismo.
Em seguida começaram a produção de agricultura urbana e a construção de escadas. Em 2012, Pedro Henrique de Cristo, novo morador do Vidigal recentemente formado em Harvard em Design de Politicas Publicas começou a trabalhar com os membros do Sitiê com foco na contenção de erosão, a complementaridade de reflorestamento e agricultura urbana (agro-floresta), educação e design. O primeiro resultado dessa parceria foi o reconhecimento do Sitiê como a primeira Agro-floresta do Rio de Janeiro pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal neste mesmo ano.
Em 2013, agora com a equipe definida entre Mauro, Paulo, e Pedro juntamente com o apoio do estúdio de arquitetura +D, liderado por Pedro e Caroline Shannon de Cristo, o Sitiê realizou seu planejamento de longo prazo, seu estatuto e a organização de suas atividades permitindo assim que o mesmo estivesse apto a receber investimento semente para o salário dos fundadores da equipe e posterior regularização do Parque. Este investimento foi um catalisador da capacidade do Parque e permitiu ao criadores iniciais e atuais do mesmo levar o Sitiê a um novo patamar de atuação e reconhecimento.
No final do mesmo ano, em temporada de trabalho em Medellín com Alejandro Echeverri, pioneiro do Urbanismo Social, e sua equipe no estúdio e URBAM, o Sitiê foi reconhecido como a inovação mais importante da América Latina na transformação de áreas degradadas e/ou de risco em espaços públicos para sustentabilidade e cidadania em favelas.
Em 2014, o Sitiê começa a funcionar também como Ágora Digital (AD) - um espaço para diálogos públicos e deliberação sobre a questões da comunidade - e intensificou suas atividades de design e artes por meio de seu coletivo.
Fonte: http://www.parquesitie.org/?page_id=59
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